Mais um beneficiado com a progressão de pena tirou a vida de pessoas inocentes.
Depoimento
“Matar, matar, matar!”
“Eu cometi sim todos esses crimes. A Alessandra, eu conheci numa padaria. Convidei ela para ir tomar banho no córrego e ela aceitou. Lá, fumei vários cigarros de maconha com crack. Ofereci para ela, mas ela não quis. De repente, deu um branco em mim e eu voei no pescoço dela. Ela se debatia, mas não conseguia sair. Quando voltei a mim, ela já estava morta. Fui eu também quem tirou a vida da minha esposa e da minha enteada (em 2000). Foi do mesmo jeito. Parecia que alguma coisa entrava dentro de mim e a vontade era só de matar, matar, matar. Dos estupros eu tinha consciência, mas sempre estava DROGADO. A droga me dominava e eu fazia essas besteiras com as mulheres. NA MINHA INFÂNCIA, FUI MUITO ABUSADO. Minha irmã me obrigava a mexer nas partes dela. Um vizinho me pegou duas vezes. O filho de uma senhor que eu morava na casa dele também abusou de mim. Meus familiares deram razão pra ele porque nós morávamos de favor. Eu só quero que o Conselho Nacional de Justiça, os Direitos Humanos me amparem, porque dentro da cadeia eu só fui humilhado. Se o governador, o juiz ou o promotor de Justiça estiverem me ouvindo, peço que olhem o meu caso”. - Adaylton Nascimento
Comentário
Realmente, esse indivíduo precisava ter ficado em TRATAMENTO MÉDICO PSIQUIÁTRICO e não ter sido colocado junto à sociedade.
Não precisa nem de LAUDO para ver que esse indivíduo necessitaria ter ficado EM TRATAMENTO, longe da sociedade.
Ele mesmo chegou a AFIRMAR que não pode ser solto e que precisa ser tratado.
Quantos Adayltons tem por aí na mesma situação?
Esse, pelo menos, CONFESSOU seus crimes
QUE HORROR!
Vejam só a resposta que o ESTADO deu ao doente/maníaco:
"O remédio que recebi foi o CACETE .Quando fui preso, me jogaram em uma cela para ser violentado", acusa Adaylton.
Vítima da SOCIEDADE se vira contra a própria SOCIEDADE que o violentou e AINDA continua VIOLENTANDO.
Cadê o TRATAMENTO MÉDICO PSIQUIÁTRICO?
CADÊ OS PSICÓLOGOS e PSIQUIATRAS DO ESTADO?.
POR QUE LIBERARAM PARA O CONVÍVIO NA SOCIEDADE SEM TRATAMENTO MÉDICO????
Quem são os CULPADOS nesse horror todo?
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Maníaco diz que vozes ordenavam assassinatos
Em Goiás, um assassino condenado a mais de 40 anos de prisão consegue ser libertado por ordem judicial. Assim que volta às ruas, mata novamente. A pergunta que fica: por que esse homem estava solto?
Em Goiás, um assassino condenado a mais de 40 anos de prisão consegue ser libertado por ordem judicial. Assim que volta às ruas, mata novamente. A pergunta que fica: por que esse homem estava solto?
Numa cela escura, um homem de 31 anos confessa estupros e assassinatos. “A sensação era que queria matar. Tinha ódio, tinha raiva”.
O depoimento obtido com exclusividade pelo Fantástico foi gravado com uma câmera que registra imagens em ambientes onde não há luz.
“Uma coisa falava no meu ouvido, uma voz. Eu ia lá e fazia”.
Depois de sete meses de investigação, Adaylton Neiva foi preso terça-feira passada, em Picos, no Piauí, pra onde tinha fugido.
O maníaco morava na cidade de Novo Gama, Goiás, e diz ter matado seis mulheres de setembro a dezembro do ano passado.
“Ele fala que agia sozinho, não agia com armas. Ele esgana as vítimas”, contou o delegado Fabiano Medeiros de Souza.
Adaylton foi preso, pela primeira vez, em julho de 2000. Ele matou a mulher, que estava grávida de sete meses, e a enteada, de dez anos. O assassino mostrou para a polícia onde enterrou os corpos: no quintal da casa da família.
Em 2001, a juíza Rosângela Santos, de Goiás, decidiu soltá-lo.
O prazo para que Adaylton fosse a julgamento tinha vencido.
Segundo a juíza, por falha do Sistema Judiciário.
Logo depois de ganhar a liberdade, ele estuprou três mulheres. Voltou pra cadeia e foi condenado a 41 anos de prisão.
Em 2003, um laudo psicológico apontava que havia chance de Adaylton cometer novos crimes.
Em 2004, os peritos consideraram que não havia melhora no quadro.
Quatro anos depois, uma mudança no diagnóstico.
O preso, segundo um novo laudo, apresentava estabilidade emocional e nenhum distúrbio psicológico.
“Os psicólogos lá dentro iam só pra conversar: ‘E aí? Como você tá? Como tá lá dentro?’. Aí eu: ‘tá do mesmo jeito’”.
“O Adaylton jamais foi avaliado criteriosamente por profissionais da área de psicologia, psiquiatria”, afirmou o delegado Fabiano Medeiros de Souza.
Tentamos falar com os peritos. Ligamos para a Polícia Civil do Distrito Federal, secretaria de Segurança Pública, secretaria do Sistema Penitenciário e para a assessoria do Tribunal de Justiça, mas não tivemos retorno.
O juiz Osvaldo Tovani, que concedeu a Adaylton em 2008 o direito ao regime semiaberto, preferiu não comentar o caso.
Segundo a polícia, Adaylton aproveitou o direito de ficar fora da cadeia durante o dia para voltar a cometer crimes.
Ivanilde Ribeiro, de 41 anos, foi uma das vítimas.
“Pra mim, ele devia estar preso e a minha mulher não tinha morrido. A minha Ivanilde não estava debaixo da terra”, desabafou o viúvo José Maria da Silva.
Em outubro do ano passado, Adaylton fugiu. Dois meses depois, ele matou Alessandra Rodrigues, de 14 anos. “Muito alegre, brincalhona, estudiosa”, lembrou Alexandre Rodrigues, pai de Alessandra.
Esta semana, o maníaco mostrou onde deixou o corpo de Alessandra. “Quando eu fui com a mão no pescoço dela, ela desmaiou. Eu só lembro que ela estava morta já”.
Dez dias antes de matar Alessandra, Adaylton assassinou outras duas mulheres no mesmo dia, uma pela manhã e outra à tarde. O crime foi próximo a um rio e a polícia ainda procura os corpos.
Como Adaylton conseguia atrair as mulheres? O que ele falava pra convencê-las?
Esse é um mistério que a polícia ainda não tem resposta.
O maníaco diz ser viciado em drogas como maconha e crack e se considera um doente mental. “Eu preciso de um tratamento. Se eu sair desse jeito, eu vou matar”.
Mostramos os depoimentos para o psiquiatra Marcos Ferraz, professor da Unifesp, a Universidade Federal de São Paulo. “A capacidade de uma melhora radical que permita viver bem na sociedade é pequena”.
Para o médico, pessoas como Adaylton precisam passar por uma avaliação muito rigorosa.
“O Judiciário tem que ter prudência nesses casos. Tem pessoas que tem distúrbio de personalidade extremamente grave e o beneficio da progressão pode causar risco à sociedade”.
Há três meses, na mesma região de Goiás, o pedreiro Ademar Silva foi preso e confessou o assassinato de seis jovens. Ele já tinha sido condenado por crimes sexuais e estava no regime semiaberto, apesar de um laudo indicar sinais de doença mental.
Ademar foi encontrado morto dentro da cela. “Está na hora da sociedade olhar mais pra esse tipo de pessoa, porque casos como este já aconteceram e até quando irão acontecer?”
Veja no video!
O passado de Adaylton Nascimento Neiva, 31 anos, parece guardar mais surpresas do que a polícia imagina. Ontem, ele confessou mais um homicídio, cometido no ano passado. A vítima é a dona de casa Evanilde dos Santos Ribeiro, 41 anos. O corpo dela foi encontrado num matagal, próximo à BR-020, na altura do km 12, em Sobradinho, em 29 setembro. Evanilde saiu de sua residência, na Fercal, no da 25 daquele mês para matricular o filho numa escolinha de futebol e não voltou mais. Adaylton usou um cordão para esganar Evanilde. Essa é, aliás, uma das características comuns dos crimes praticados pelo assassino. Em dezembro de 2009, ele tirou a vida de Alessandra Alves Rodrigues, 14, sufocando-a com a ponta dos dedos. Em 2000, matou a enteada de 5 anos asfixiada com um saco plástico. No mesmo dia, assassinou a pauladas sua companheira, que estava grávida de cinco meses. Todos esses crimes foram cometidos no Novo Gama (GO). Ele ainda assumiu ter estuprado três mulheres no Gama.
O delegado-chefe adjunto da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho), Rogério Oliveira, contou que só foi possível desvendar a autoria do homicídio porque Adaylton passou a usar o celular de Evanilde depois de matá-la. Com a quebra do sigilo telefônico do aparelho, ela passou a ser o principal suspeito. De acordo com o delegado, o maníaco do Novo Gama, como ele já está sendo chamado no município goiano, pode ser o autor de vários outros crimes no Distrito Federal. “Depois de ouvi-lo, vamos entrar em contato com as outras delegacias do DF para apurar o envolvimento dele em outros delitos que até então estão sem solução. Ele é muito colaborativo e afirmou ter muito a dizer”, afirma Rogério Oliveira.
Suicídio
O assassino confesso continua detido no Centro de Operações de Segurança (Ciops) do Novo Gama. Na manhã de anteontem, ele tentou se enforcar com a própria camiseta. “Ele rasgou a camisa, fez um nó e tentava amarrar no alto da cela. Nossos agentes chegaram a tempo de evitar o suicídio. Estamos monitorando a cela dele a cada 10 minutos”, ressalta o delegado-chefe do Ciops, Fabiano de Souza Medeiros. Hoje, Medeiros pretende voltar à cena do assassinato de Alessandra, em busca de novos elementos que possam contribuir nas investigações.
O acusado negou ter abusado de Alessandra antes de matá-la, mas Fabiano acha a versão dele pouco provável. “O top dela, os anéis e a tornozeleira permanecera juntos da ossada. Já a calcinha e o short estavam afastados do corpo. É bem provável que ele tenha cometido estupro antes de executar a garota”, acredita o delegado.
O maníaco foi condenado em 2001 por três esturpros cometidos no Gama. Cumpriu pena de 2001 a 2009, quando foi beneficiado com a progressão de regime e passou a cumprir o restante da sentença no semi aberto, quando foi dado como foragido por não cumprir suas obrigações com a Justiça. O Correio conversou com o casal que deu abrigo a Adaylton depois que ele deixou a cadeia, em outubro do ano passado . Eles moram a menos de 50 metros da casa da família de Alessandra e alegam não saber do envolvimento dele com o sumiço da adolescente. “Na época em que a família dela estava desesperada à procura da menina, ele pegou cartazes dela e disse que iria ajudar a distribuir. Parecia um homem muito prestativo. Nem consigo acreditar que eu dei abrigo a um monstro”, conta a diarista Rosilene da Costa, 31 anos.
O marido dela, o vendedor José Garcia da Costa, 37, disse que conheceu Adaylton em 2000, por meio de um vizinho. Mesmo após ser condenado por três estupros no Gama e por dois homicídios do Novo Gama, Garcia acreditou que Adaylton poderia se regenerar. “Quando ele foi para a cadeia, nós deixamos ele de lado. Mas ele começou a mandar várias cartas, dizendo que estava sofrendo. Ficamos com pena e fizemos algumas visitas na Papuda e ele nos convenceu que tinha se regenerado. Quando pôde pegar o benefício do saidão, em 2008, precisava registrar um endereço e nós demos o nosso. Ele vinha para cá e voltava para a prisão na data certa. Meus filhos o adoravam. Só agora eu vejo o perigo que eles estavam correndo”, conta.
Homem pacato e prestativo
Um sujeito pacato e prestativo. É assim que a mãe de Adaylton, a aposentada Maria das Graças do Nascimento Neiva, 62 anos, define o filho. A senhora, moradora de Luziânia (GO), contou ao Correio como recebeu a notícia de que o filho, o segundo mais velho de oito irmãos, é o principal suspeito de uma série de assassinatos e estupros no DF e no Novo Gama (GO). “Ele era muito carinhoso. Sempre negou que tinha matado a enteada e a esposa. Eu acreditava na inocência dele porque achava que ele não mentiria para mim. Quando vi a notícia na TV, fiquei desnorteada. Um rapaz tão bonito como ele não precisava fazer essas coisas para arranjar mulher”, diz Maria das Graças.
Em depoimento à polícia, Adaylton alegou ter saído de casa aos 13 anos por sofrer abusos e espancamentos de vizinhos e da irmã mais velha. No entanto, a mãe nega a versão. “Ele desprezou a família porque quis ganhar o mundo sozinho. Tanto que os irmãos dele são todos unidos. Essa história de abuso e agressão é mentira”, rebate.
A aposentada também contou que o filho foi poucas vezes à sua residência depois que passou a cumprir a pena em regime semi-aberto e que nunca foi visitá-lo na cadeia, a pedido dele. “Eu não ia porque ele falava que não queria me ver lá. Nunca abandonei nenhum dos meus filhos. Se ele escolheu o caminho errado, foi por conta própria”, desabafa.
O maníaco é pai de um menino de 9 anos. A criança mora com a mãe no Novo Gama (GO), mas Adaylton sempre foi ausente. “Eu nunca conheci o menino. Acho que ele quase não ia lá. Não sei onde mora.”
Buscas
Anteontem, o pai da estudante da 7ª série do ensino fundamental morta pelo acusado em dezembro de 2009, Alexandre Rodrigues Macedo, 40 anos, voltou à mata onde a menina foi morta, mas nada encontrou. Ele também esteve ao Instituto Médico Legal (IML) de Luziânia (GO) para reconhecer os objetos encontrados junto ao corpo. Alexandre foi a uma clínica de odontologia, em Santa Maria, onde a filha fazia um tratamento dentário, para recolher algumas radiografias e laudos que podem ajudar na identificação do corpo. A ideia dos peritos é confrontar os exames com a arcada dela. A ossada da garota segue amanhã para o IML de Goiânia e ainda não há data para o enterro. (Leilane Menezes e Saulo Araújo)
» Palavra de especialista
Garantia constitucional
“Quando ele foi preso, a lei de crimes hediondos (Lei nº 8.072) já estava em vigência e ele seria enquadrado nela. Para analisar se a concessão de liberdade obedeceu aos prazos da lei é preciso ter o período correto de prisão e as justificativas que o levaram até a liberdade. Mas de maneira geral, a progressão de pena é saudável e não se pode generalizar e considerá-la ruim em virtude de casos isolados. Não dá para condenar todo o sistema prisional; afinal, quantos casos são resolvidos e dão certo? Será que não seria muito pior se os presos fossem direto para a rua sem esse período de experiência? O Supremo Tribunal Federal sempre vai entender que é inconstitucional haver crime sem progressão do regime. Os presos precisam ter uma chance de ser inseridos na sociedade. Para isso, precisam de um contato progressivo com ela. Uma pessoa não pode ficar 30 anos presa e depois voltar para o cotidiano comum. Todos os países democráticos adotam esse sistema.” - Fernanda Tórtima, advogada criminalista
Fonte: Jornal Correio Braziliense
Maníaco do Novo Gama afirma que aos 12 anos já sentia vontade de matar
Francisco Dutra
francisco.dutra@jornaldebrasilia.com.br
Palavras de ódio, confissões e pedidos de ajuda marcaram a coletiva de imprensa concedida por Adaylton Nascimento Neiva, 31 anos, na tarde de ontem, no Centro de Operações de Segurança (Ciops) do Novo Gama (GO). Beneficiado pelo regime semiaberto em 2009, após ter matado duas pessoas, ele é investigado, agora, pela autoria de pelo menos sete assassinatos e dois estupros de mulheres no Distrito Federal e Entorno, enquanto estava foragido. Ao longo de mais de 30 minutos de perguntas e respostas, ele negou a autoria dos estupros, mas assumiu que teria sido o responsável pelos homicídios.
"Desde os 12 anos tenho vontade de matar", revela Adaylton. Segundo ele, o instinto assassino teria surgido após uma série de abusos sexuais que teria sofrido na infância. Nos momentos em que atacava as vítimas Adaylton revelou que era totalmente tomado pela vontade assassina. "Queria matar, matar, matar, matar. Tinha ódio, tinha ódio", disparou Adaylton, que em diversos instantes da conversa levava as mãos ao próprio pescoço, simulando um estrangulamento.
No decorrer da entrevista, Adaylton revelou que poderia ter matado muito mais. Ele disse que pensou em assassinar diversas pessoas que supostamente teriam abusado sexualmente dele. Os planos homicidas não temiam nem mesmo os policiais que o prenderam, em 2000, pelo assassinato da companheira grávida dele e da filha dela de cinco anos. Adaylton teria chegado a conseguir uma arma para matá-los.
Por várias vezes, o maníaco pediu ajuda do Estado e disse que questionou a validade dos exames psicológicos que fez antes de ser levado ao semiaberto.
"Se eu fiz exame psicológico, cadê os exames?
O médico sentar com você e perguntar se você dormiu, se comeu bem, é exame?
É tudo mentira!", afirma o detento.
Segundo ele, por diversos momentos pediu tratamento psicológico, mas não foi ouvido.
"O remédio que recebi foi o cacete. Quando fui preso, me jogaram em uma cela para ser violentado", acusa Adaylton.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
http://www.jornaldebrasilia.com.br/site/noticia.php?id=290398
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