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Antes de tudo, um forte abraço, em amor à História e à Verdade...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

LÍBIA: O QUE A MÍDIA NÃO MOSTRA. POR QUE SERÁ, HEIN?

I – A ONU CONSTATOU EM 2007 QUE A LÍBIA TINHA:

1 – Maior Indice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África (até hoje é maior que o do Brasil);

2 – Ensino gratuito até a Universidade;

3 – 10% dos alunos universitários estudavam na Europa e EUA, tudo pago;

4 – Ao casar, o casal recebia até US$ 50.000 para montar casa;

5 – Sistema médico gratuito, rivalizando com os europeus. Equipamentos de última geração, etc;

6 – Empréstimos pelo banco estatal sem juros;

7 – Inaugurado em 2007, o maior sistema de irrigação do mundo, vem tornando o deserto (95% da Líbia) em fazendas produtoras de alimentos;

II – PORQUE "DETONAR" A LÍBIA ENTÃO?

Três principais motivos:

1 – Tomar o seu petróleo de boa qualidade e com volume superior a 45 MIL MILHÕES de barris em reservas;

2 – Fazer com que todo o mar Mediterrâneo fique sob o controlo da NATO. Só falta agora a Síria;

3 – E provavelmente o principal:

- O Banco Central Líbio não está ligado ao sistema financeiro mundial.

- As suas reservas são toneladas de ouro, que garantem o valor da moeda, o dinar, que desta forma está resguardado das flutuações do dólar.

- O sistema financeiro internacional ficou possesso com Kaddafi, após ele propor, e quase conseguir, que os países africanos formassem uma moeda única desligada do dólar.

III – O QUE É O ATAQUE HUMANITÁRIO PARA LIVRAR O POVO LÍBIO:

1 – A NATO comandada, como se sabe, pelos EUA, já bombardeou as principais cidades Líbias com milhares de bombas e mísseis em que um único projéctil é capaz de destruir um quarteirão inteiro. Os prédios e infra estruturas de água, esgotos, gás e luz estão seriamente danificados;

2 – As bombas usadas contêm DU (Urânio empobrecido) (causa cancro e deformações genéticas);

3 – Metade das crianças líbias estão traumatizadas psicologicamente por causa das explosões que parecem um terramoto e racham as estruturas das casas;

4 – Com o bloqueio marítimo e aéreo da NATO, as crianças sofrem principalmente com a falta de medicamentos e alimentos;

5 – A água já não mais é potável em boa parte do país. De novo as crianças são as mais atingidas;

6 – Cerca de 150.000 pessoas por dia, estão a deixar o país através das fronteiras com a Tunísia e o Egipto. Vão para o deserto ao relento, sem água nem comida;

7 – Se o bombardeio terminasse hoje, cerca de 4 milhões de pessoas de uma população de 6,5 milhões de pessoas, estariam a precisar de ajuda humanitária para sobreviver: água e comida..

Em suma: O bombardeio “humanitário”, acabou com a nação Líbia.
Nunca mais haverá a “nação” Líbia tal como nos dias de hoje.

Há ocasiões em que o silêncio é ouro, mas há outras em que é pura covardia. (John Blanchard)

Respostas obtidas no site Yahoo Respostas:
 
"Sobre o petróleo e a moeda, foi a mesma causa para matarem a Saddan Hussein.
Eu já estou velho. Mas vou rezar para que você viva bastante tempo para ver se consegue ver a ruína destes yanques miseráveis.
Assim como eles fazem lá no Afeganistão, ir roubar os minerios que tem naquele solo." - por Inti Peredo

GUERRA MEDIÁTICA E NATO ASSASSINA. QUEM PODE RESPONDER AS PERGUNTAS?


Só algumas notas. Aliás: um pedido.

Alguém sabe o que se passa na Líbia? Alguém tem notícias certas?

Porque a situação seria ridícula se não fosse que esta é uma guerra.

Há alguns dias (no mínimo desde o passado Domingo) os rebeldes conquistaram Tripoli: esta é a notícia divulgada pelos media.

Hoje a guerra continua. Mas contra quem se até o bunker de Khadafi foi pesadamente bombardeado?

Porque os rebeldes anunciaram no passado Domingo a captura do filho de Khadafi, Saif-Al-Islam, e este continua a deixar-se fotografar com o punho levantado no meio de forças amigas?

Como é possível para Saif-Al-Islam (capturado pelos rebeldes) ir até o hotel onde moram os jornalistas ocidentais (o Rixos Hotel), convida-los para passeio de carro para mostrar os pontos quentes de Tripoli, e depois voltar no próprio quartel geral como se nada fosse?

Quem eram as pessoas que ameaçaram os jornalistas ocidentais para que estes não divulgassem as imagens dos hospitais bombardeados pelas forças da Nato?

Porque os seguintes jornalistas e outros ainda foram ameaçados de morte após terem divulgados notícias contrárias à versão da Nato/OTAN?

Lizzie Phelan, que relata como Khadafi distribuiu armas entre os cidadãos para resistir aos ataques;

Meyssan (Rede Voltaire), que descreve os bombardeios da Nato ao longo da noite para que os rebeldes pudessem avançar no dia seguinte;

Madhi Nazemroaya, que na televisão Russia Today fala das ameaças de morte.

Por que algumas embaixadas se ofereceram para acolher estes jornalistas ameaçados e as forças da Nato circundaram as mesmas embaixadas, impedindo assim aos jornalistas de poder refugiar-se nelas?

Como é possível que Jihadistas do Afeganistão estejam presentes entre as FORÇAS REBELDES, sem que ninguém da Nato/OTAN tenha alguma coisa a dizer? (mas no afeganistão a mesma Nato não está a combater estes Jihadistas? Ok,ok, vamos em frente, pois também aqui haveria muito para dizer...)

Como é que já circulam fotografias de Khadafi morto? (Photoshop)

Entretanto, é bom lembrar alguns pontos.

O embargo das armas foi aplicado apenas para uma das partes do conflito: o governo líbio não foi autorizado a armar-se, os rebeldes são armados pela França e pelo Qatar (e por muitos outros estados, provavelmente).
O governo da Líbia e a União Africana querem começar as negociações de paz, a Nato e os rebeldes NÃO QUEREM FALAR DE PAZ mas continuar a bombardear o País.

A Nato está claramente a tomar o lado dos rebeldes, e, portanto, viola a resolução da ONU que não diz nada sobre o facto dalguns civis serem mais dignos de protecção do que outros.

O objetivo da Nato tornou-se a destruição da possibilidade do povo líbio poder defender-se contra os bombardeiros estrangeiros e alguns grupos rebeldes que não representam o povo da Líbia; muitos soldados também foram mortos enquanto estavam numa atitude defensiva, na protecção dos civis contra as ATROCIDADES cometidas pelas forças rebeldes.

A resolução da ONU nada diz sobre a possibilidade de derrubar o líder dum País soberano: mas é exactamente isso que a Nato está a fazer.

A televisão estatal da Líbia foi bombardeada após ter mostrado as ATROCIDADES e as muitas mortes causadas pela Nato e pelos rebeldes: quem, no interior da Nato, autorizou esta operação?

A Batalha de Tripoli não acabou e já as companhias de petróleo estão em luta para ganhar o controle dos campos de petróleo da Líbia, os presidentes dos Países da Nato planeiam o que fazer com a Líbia, como se tivessem o DIREITO de determinar o futuro daquele País.

A realidade é muito mais triste e revoltante do que os media ocidentais gostam de contar: a Nato bombardeia a entrada oeste de Tripoli contra tudo o que se mexe, há atiradores que disparam contra soldados e civis, há forças do MI6 e da CIA mais alguns "contractors" de empresas mercenárias como a Blackwater.

Tudo isso, querido Leitor, acontece não "apesar de si", mas "graças a si": pois a Nato, com os vários exércitos, está aí com dinheiro do contribuinte.

E quem é o contribuinte?


Ipse dixit.

Fonte: http://informacaoincorrecta.blogspot.com/


Resposta obtida no site Yahoo Respostas:

 
by Jorge B

Melhor resposta - Escolhida pelo autor da pergunta

"Não bastasse essas informações, onde estariam os exércitos da Líbia? a OTAN (NATO) bombardeia, bombardeia e não aparece ninguém morto, essas bombas são inteligentes e só destróem alvenaria não deixando nenhum corpo de soldado ou civil morto?


Só morrem os mercenários, coitados, massacrados?


Uma pergunta que não me cala: atiradores de elite, só Kadafi os tem? as imagens falam mais do que palavras, eu VI vários atiradores dos revoltosos ou será que as imagens também mentem?


O interessante que as imagens também só mostram que insurgentes morrem, soldados nenhum, afinal, para onde teriam ido as forças leais a Kadafi, viraram pó, se transformaram em fantasmas?


Se os invasores conseguiram chegar até lá, como foi dirigida essa operação se no inicio eles sequer tinham armas?


A NATO (OTAN) forneceu armamentos pesados para os insurgentes e no meio deles infiltrou vários agentes para direcionar a orda de mercenários, bandidos e pessoas ligadas a Al Qaeda.


Como fica a moral da ONU agora? Por isso é que estão explodindo os escritórios da ONU, ela, além de não servir para nada, permite essas barbáries.


Se eu fosse o governo do Brasil, desistira de uma cadeira permanente naquele lugar onde só se autoriza mortandade e para beneficiar apenas um lado da moeda, diga-se os mais fortes e poderosos sedentos de sede por petróleo e água."


Comentário do autor da pergunta: Realmente, esses órgãos estão FALIDOS. Uma vergonha mundial!!!

Como a OTAN ‘venceu’ na Libia


Publicado em Agosto 29, 2011 por andresvieira

Líbia – Mito da revolução popular e detalhes sórdidos de como a OTAN venceu a guerra

"Rebeldes Líbios" são formados por ex-membros do esquadrão da morte colombiano, mercenários alugados pela CIA, tunisianos desempregados e tribos inimigas de Kadafi


A Líbia é peão muito mais crucialmente importante num tabuleiro ideológico, geopolítico, geoeconômico e geoestratégico mais sério, do que deixa ver o reality show moralista vendido como noticiário pelas redes detelevisão: “rebeldes” idealistas vencem o Inimigo Público n.1.

Tempo houve em que o inimigo público n.1 foi Saddam Hussein; depois,Osama bin Laden; hoje é Muammar Gaddafi; amanhã será o presidente Bashar al-Assad da Síria; um dia será o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad. Só uma coisa é certa: a ultra reacionária Casa de Saud nunca é o inimigo público n. 1.

*Casa de Saud (em árabe آل سعود‎; romanizado como Āl Suʿūd) é a casa real no poder na Arábia Saudita desde a criação do país em 1931

Como a OTAN venceu a guerra

Apesar do reaparecimento espetacular do filho de Gaddafi, Saif al-Gaddafi, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) virtualmente já venceu a guerra civil líbia (“atividade militar cinética”, como insiste a Casa Branca).

 As massas do “povo líbio” foram, no máximo, espectadoras, ou atores com papel pequeno, mostrados sob a forma de poucos milhares de “rebeldes” armados com Kalashnikovs.

Inicialmente, apostaram em “R2P” (“responsabilidade de proteger”). Mas, logo no início, essa “R2P”, manobrada por França e Grã-Bretanha e apoiada pelos EUA, já apareceu convertida, por passe de mágica, em “mudança de regime”. Daí em diante, as estrelas do show nessa produção foram “conselheiros”, “empresas contratadas” ou “mercenários” ocidentais e monárquicos.

A OTAN começou a ganhar a guerra, ao iniciar a Operação Sirene no Iftar – sirenes que soaram interrompendo o jejum do Ramadan – no sábado à noite.

“Sirene” foi o nome código para invadir Trípoli.

Foi o gesto final – e desesperado! – da OTAN, para mostrar força, quando ficou claro que os “rebeldes” caóticos nada haviam conseguido, nem depois de cinco meses de luta contra as forças de Gaddafi.

Até aquele momento, o “Plano A” da OTAN era assassinar Gaddafi. O que os garotos-propaganda da R2P – de direita e de esquerda – chamavam de “pressão continuada pela OTAN” acabou com a OTAN pedindo a Deus que acontecesse um de três milagres: que conseguissem assassinar Gaddafi; que Gaddafi se rendesse; ou que sumisse.

Não que qualquer desses resultados tivesse impedido a OTAN de bombardear residências, universidades, hospitais e até áreas bem próximas do Ministério do Exterior. Tudo – e todos – virou alvo da OTAN.

A “Operação Sirene” mostrou elenco colorido de “rebeldes da OTAN”, fanáticos islâmicos, jornalistas alugados “incorporados”, grupos sempre voltados para as câmeras de televisão e jovens da Cyrenaica manipulados por desertores oportunistas do governo Gaddafi, de olho nos gordos cheques das gigantes Total e BP, do petróleo.

Para a operação “Sirene”, a OTAN trouxe armamento (literalmente) novinho em folha: helicópteros Apache atirando sem parar e jatos bombardeando furiosamente tudo que havia à vista. A OTAN supervisionou o desembarque de centenas de soldados de Misrata na costa leste de Trípoli, enquanto um navio de guerra da OTAN distribuía armamento pesado para os “rebeldes”.

Só no domingo, o número de civis mortos pode ter chegado a 1.300 em Trípoli, com pelo menos 5.000 feridos. O Ministério da Saúde anunciou que os hospitais estão superlotados. Quem, àquela altura, ainda acreditasse que o furioso bombardeio pela OTAN tivesse algo a ver com “responsabilidade de proteger” e Resolução n. 1.973 da ONU merecia internamento em hospício.

Antes de iniciar a “Sirene”, a OTAN bombardeou furiosamente Zawiya – cidade chave, de grande refinaria de petróleo, 50km a oeste de Trípoli. Com isso, a população de Trípoli ficou sem combustível para os carros. Segundo a própria OTAN, pelo menos metade das forças armadas líbias foram “degradadas” – em língua do Pentágono, significa que a OTAN destruiu metade do exército líbio, entre soldados mortos ou muito gravemente feridos. Foram dezenas de milhares de mortos. Esse massacre explica também o misterioso desaparecimento dos 63 mil soldados encarregados de defender Trípoli. E também explica que o regime de Gaddafi, que se manteve no poder durante 42 anos, parece ter caído em menos de 24 horas.

O toque da “Sirene” macabra da OTAN – depois de 20 mil missões e mais de 7.500 ataques contra alvos no solo – só foi possível por causa de uma decisão crucial do governo Barack Obama no início de julho, como se lê hoje no Washington Post: os EUA passaram [em julho] a “partilhar material mais sensível com a OTAN, inclusive imagens e sinais interceptados, que passaram a ser fornecidos, além de aos pilotos no ar, também a soldados de equipes britânicas e francesas de operações especiais no solo” [2].

Quer dizer: sem a contribuição do descomunal poder de fogo dos EUA e correspondentes agentes, satélites e aviões-robôs (drones) tripulados à distância, a OTAN ainda estaria atolada na Operação Pântano Eterno Sem Saída na Líbia – e o governo Obama jamais conseguiria extrair desse drama “militar cinético” nem, que fosse, algum simulacro de grande vitória.

Quem são essas pessoas?

Quem são essas pessoas que, de repente, irromperam em festas nas telas de televisão dos EUA e Europa? Depois de sorrir para as câmeras e disparar tiros de Kalashnikovs para o alto… preparem-se para, em breve, outros fogos explodindo na noite: fogos fratricidas.


Conflitos étnicos e tribais estão a ponto de explodir. Muitos dos berberes das montanhas do oeste, que entraram em Trípoli vindos do sul no fim de semana, são salafitas linha (muito) dura. O mesmo se deve dizer da “nuvem” salafitas/Fraternidade Muçulmana da Cyrenaica – que recebeu instrução diretamente de agentes da CIA-EUA que estão na região. Dado que esses fundamentalistas "usaram" os europeus e norte-americanos para aproximar-se do poder, ninguém duvide que se organizarão rapidamente como furioso grupo guerrilheiro, caso sintam-se marginalizados pelos chefões da OTAN.

A tal grande “revolução” com base em Benghazi, que foi vendida ao ocidente como movimento popular, sempre foi mito. Há apenas dois meses, os “revolucionários” armados mal chegavam a 1.000. A OTAN então decidiu construir ela mesma um exército mercenário – que reuniu os tipos mais assustadores, de ex-membros de um esquadrão da morte colombiano a pessoal recrutado no Qatar e nos Emirados Árabes Unidos, associados a tunisianos desempregados e membros das tribos inimigas da tribo de Gaddafi. O pessoal é esse, acrescido de esquadrões de mercenários alugados pela CIA – salafitas em Benghazi e Derna – e a gangue da Fraternidade Muçulmana, gente da equipe da Casa de Saud.

É difícil não lembrar da gangue da droga do UCK (Ushtria Çlirimtare e Kosovës, Exército da Libertação do Kosovo) – na guerra que a OTAN “venceu” nos Bálcãs. Ou dos paquistaneses e sauditas, com apoio dos EUA, que armaram “combatentes da liberdade” no Afeganistão nos anos 1980s.

E há também o muito suspeito grupo de personagens que compõem o Conselho Nacional de Transição [ing. Transitional National Council (TNC)], de Benghazi.

O chefe, Mustafa Abdel-Jalil, foi ministro da Justiça de Gaddafi de 2007 até desertar, dia 26/2/2011, estudou direito civil e sharia na Universidade da Líbia. Talvez esteja habilitado a cruzar lanças retóricas com os fundamentalistas islâmicos em Benghazi, al-Baida e Delna, mas pode usar seus conhecimentos para fazer avançar seus interesses em algum novo arranjo do poder.

Mahmoud Jibril, presidente do conselho executivo do TNC, estudou na Universidade do Cairo e, depois, na University of Pittsburgh. É a principal conexão com o Qatar: trabalhou na gestão do patrimônio de Sheikha Mozah, esposa super poderosa do emir do Qatar.

Há também o filho do último rei da Líbia, rei Idris, que Gaddafi derrubou há 42 anos (em golpe sem derramamento de sangue). A Casa de Saud adoraria ver nascer uma nova monarquia no norte da África. E o filho de Omar Mukhtar, herói da resistência contra o colonialismo italiano – figura mais secular.

O novo Iraque?

Esperar que a OTAN vença a guerra e entregue o poder aos “rebeldes” é piada. A Agência Reuters já noticiou que uma “força-ponte” de cerca de 1.000 soldados do Qatar, Emirados e Jordânia chegará a Trípoli para atuar como polícia. E o Pentágono já começou a “vazar” que militares norte-americanos atuarão “em terra” para “auxiliar na segurança dos equipamentos”. Toque sutil, que diz bem claramente quem realmente estará no comando: os neocolonialistas “humanitários” e seus asseclas árabes.

Abdel Fatah Younis, o comandante “rebelde” assassinado pelos próprios “rebeldes” era homem do serviço secreto francês. Foi morto por uma facção da Fraternidade Muçulmana – exatamente quando Sarkozy, o Grande Libertador de Árabes, tentava negociar algum acordo com Saif al-Islam, filho de Gaddafi formado pela London School of Economics e, ontem, renascido dos mortos.

Tudo isso para dizer que os grandes vencedores são Londres, Washington, a Casa de Saud e o Qatar (que mandou jatos e “conselheiros” e já estão administrando as vendas de petróleo). Com especial menção para o conjunto Pentágono/OTAN – posto que o Comando dos EUA na África (Africom) conseguirá afinal sua primeira base africana no Mediterrâneo; e a OTAN, que está um passo mais próxima de declarar o Mediterrâneo “um lago da OTAN”.

Islamismo? Tribalismo? Esses são pequenos problemas, ante a nova terra da fantasia que se escancara para o neoliberalismo. Já praticamente ninguém duvida que os novos mestres do ocidente tentarão reviver versão amigável da nefasta, rapace, nefanda Autoridade Provisória da Coalizão [ing. Coalition Provisional Authority (CPA)], convertendo a Líbia em delírio neoliberal hardcoreà custa de 100% das propriedades líbias, com repatriação de lucros, corporações ocidentais com os mesmos direitos que as empresas locais, bancos estrangeiros comprando os bancos locais, renda baixa para os pobres e impostos idem para as empresas.

Simultaneamente, a fissura profunda que separa o centro (Trípoli) e a periferia, pelo controle dos recursos de energia, se aprofundará. BP, Total, Exxon, todas as gigantes ocidentais do petróleo serão fartamente recompensadas pelo Conselho de Transição – em detrimento de empresas chinesas, russas e indianas. E soldados da OTAN “em terra” certamente ajudarão a impedir que o Conselho saia da linha.

Executivos da indústria do petróleo estimam que demorará no mínimo um ano para que a produção de petróleo volte ao nível de antes da guerra civil, de 1,6 milhões de barris/dia, mas dizem que os ganhos anuais do petróleo renderão aos novos governantes cerca de US$50 bilhões de dólares/ano. Muitos estimam que as reservas líbias alcancem 46,4 bilhões de barris de petróleo, 3% do petróleo do mundo, equivalendo a cerca de $3,9 trilhões aos preços de hoje. As reservas conhecidas de gás líbio chegam a 5 trilhões de pés cúbicos.

No frigir dos ovos, “R2P” vence. O imperialismo humanitário vence. As monarquias árabes vencem. A OTAN como Robocop global vence. O Pentágono vence. Mas nem tudo isso satisfaz os suspeitos de sempre – que já pedem o envio de uma “força de estabilização”. E tudo isso enquanto os progressistas categoria “perderam-o-rumo-e-o-prumo” em várias latitudes, continuam a louvar a Sacra Aliança entre neocolonialismo ocidental, monarquias árabes ultra reacionárias e salafitas hardcore.

Ainda não terminou. Só terminará quando a onça árabe aparecer p’rá beber água . Seja como for, próxima parada: Damasco.



Texto de Pepe Escobar, traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

TERROR NAS RUAS DA LÍBIA. VOCÊS VIRAM O QUE A OTAN ESTÁ FAZENDO NA LÍBIA?

Sanções impostas contra a Líbia, sob o pretexto de forçar a derrubada do presidente do país, serviram fundamentalmente para ATINGIR A POPULAÇÃO CIVIL, que se vê privada da ajuda humanitária.

Em muitas zonas urbanas e rurais da Líbia – bombardeada sem descanso – são evidentes as carências, afirmou na semana passada o chefe das missões do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) no Norte e Oeste da África, Boris Michel.

Outros perigos semeados pelo Pacto Militar são as BOMBAS que NÃO EXPLODIRAM AINDA e que estão ESPALHADAS NO SOLO, lembrou o responsável da Cruz Vermelha, para quem os castigos impostos pelas Nações Unidas contra a Líbia são incompatíveis com o direito internacional.
"As sanções incluem mecanismos de exceção para a ajuda humanitária", disse, "mas essas exceções, na prática, não foram observadas", frisou.

Detalhes Adicionais

Para ilustrar como é a política criminosa contra o povo, Michel falou do caso do material médico.

A Líbia depende quase totalmente da importação de medicamentos e material médico.

Com a guerra, muitas empresas abandonaram o país, paralisando a importação daqueles bens, provocando a quebra dos estoques existentes, com consequências graves na proliferação de doenças, explicou Michel.

Faltam igualmente motores para captação hídrica e geradores de energia elétrica, o que provoca dificuldades no ABASTECIMENTO DE ÁGUA e na alimentação de equipamentos absolutamente essenciais não apenas à qualidade de vida, mas, sobretudo, à sua manutenção, caso dos hospitais.

Desde o passado dia 31 de março, a Otan já efetuou mais de 18.500 incursões aéreas, 7 mil das quais foram bombardeios. Pelo menos 1.200 civis líbios foram ASSASSINADOS pela coligação imperialista antes do bombardeio iniciado na sexta-feira (19/03/2011), e milhares de outros resultaram feridos.
É vergonhoso que certas personalidades e forças políticas, PRETENSAMENTE DE ESQUERDA, argumentem A FAVOR de uma "intervenção" imperialista para que se destrone um pretenso ditador, em nome de uma "democracia" importada e gestada na barriga do império, como a que viceja hoje nas terras do Iraque e do Afeganistão, que lamentam os milhares que perderam a vida com essas "intervenções".

Por Humberto Alencar,
de São Paulo.


Comentários:

Gui-Link: Discordo integralmente.

Onde estão as provas contra o Governo de Kadafi?

Como sabemos, os EUA sempre tiveram GRANDES INTERESSES na Líbia.

Por que os EUA não vão na Somália, no Quênia matar a FOME das criancinhas de menos de 5 anos que JAZEM desnutridas, sem ter o que comer e beber, hein???

A classificação do IDH 2010 mostra a Líbia no grupo dos países de "Desenvolvimento humano alto", na 53a. posição, próxima de Uruguai, Panamá, Arábia Saudita e México. Não está tão mal assim. Tudo isso pode ser destruído em alguns meses, se a insanidade persistir.
O Brasil vem subindo no IDH, mas está abaixo da Líbia, em 73o. lugar, também no mesmo grupo. Dá o que pensar. No topo da lista, 42 países representam o "Desenvolvimento humano muito alto". Em geral, a turma do andar de cima chegou e lá se mantém às custas do andar de baixo. Como agora.

O ranking do IDH 2010 para 169 países, da Noruega ao Zimbábue, pode ser consultado em:

Fonte: IDH da Líbia, antes que se acabe


Eisenhower e a Irmandade Muçulmana

O presidente Eisenhower, por exemplo. Em 1953, um ano antes de Nasser declarar a Irmandade ilegal, um programa clandestino de propaganda pró-EUA, chefiado pela Agência de Informações dos EUA [orig. US Information Agency] trouxe aos EUA quase 40 intelectuais islâmicos e líderes políticos civis para o que foi divulgado oficialmente como um simpósio académico na Universidade de Princeton. O verdadeiro motivo para o ‘simpósio’ era ‘impregnar’ os visitantes com a força espiritual e moral dos EUA – porque se acreditava que teriam meios para influenciar a opinião pública nos países muçulmanos com mais eficácia do que as ditaduras ossificadas que lá já estavam instaladas ou estavam em processo de implantação. O objectivo final era promover uma agenda anti-comunista naqueles países que começavam a tornar-se independentes, em muitos dos quais havia maioria muçulmana.

Um daqueles convidados, segundo o livro de apontamentos de Eisenhower, foi “O Honorável Saeed Ramahdan, Delegado da Irmandade Muçulmana”1 (cujo nome também aparece grafado, romanizado, como Said Ramadan) – genro do fundador da Fraternidade e descrito então, em todo o mundo, como “ministro de Relações Exteriores” do grupo (e é pai do controvertido especialista suíço, teórico do Islamismo, Tariq Ramadan.)

Os funcionários de Eisenhower sabiam o que faziam.

Na batalha contra o comunismo, entenderam que a RELIGIÃO seria um tema e uma força de que os EUA poderiam servir-se – porque a URSS era ateísta e os EUA eram campeões da liberdade de culto.

Nas análises da CIA, Said Ramadan aparecia descrito como “falangista”, “fascista interessado em arregimentar pessoas para o poder”.

Mas a Casa Branca convidou-o, apesar do falangismo e do fascismo diagnosticados pela CIA.

Décadas de cooperação

Ao final daquela década, a CIA já apoiava Ramadan abertamente.

Embora seja excesso de simplificação descrevê-lo como agente dos EUA nos anos 1950s e 1960s, os EUA apoiaram-no na AÇÃO DE INVADIR e OCUPAR uma MESQUITA em Munique, expulsando de lá os muçulmanos locais, para construir o que viria a ser um dos centros mais importantes da Irmandade Muçulmana – e refúgio seguro para membros perseguidos do grupo durante as décadas de mais aguda perseguição.

No final, os EUA pouco colheram dos seus esforços, porque Ramadan trabalhava mais para divulgar a sua agenda islamista, do que para combater o comunismo. Anos depois, apoiou a Revolução democrática iraniana e ajudou a dar fuga a um ativista pró-Teerão que assassinara um dos diplomatas do Xá em Washington.


The Viking : Você disse: "O povo é quem saiu ás ruas antes da OTAN."

Povo?! Que Povo?!

Tudo premeditado para parecer que era o POVO LÍBIO que se manifestava e que se rebelava.

Depois os EUA/OTAN entrariam na "jogada".

Diga-me: Desde quando os EUA apoiariam "rebeldes" do povo, hein?!

Não esquecer que nos EUA, os $ionistas colocam o governo no poder e o tiram também (vide Kennedy)
 
Fonte: Yahoo Respostas

A rádio, os jornais, a televisão não vos contam a verdade. Sobre qualquer informação faça a seguinte pergunta: "Quem se beneficia com isto?". Procure pontos de vista diferentes, pense por si. Agora sim, retome a notícia.

http://octopedia.blogspot.com/2011/02/oposicao-no-egito-financiada-pelos-usa.html












sexta-feira, 19 de agosto de 2011

NÃO HÁ MAIS NENHUMA TRÉGUA COM O INIMIGO - ISRAEL. CONCORDAM COM AS PALAVRAS DO HAMAS?


19/08/2011 (6ª feira) - 19h16

Após ataques em Gaza,
Hamas anuncia fim da trégua com I$rael

I$rael continua, desde quinta-feira, bombardeando a região palestina.

Acompanhem pelo site Oficial do Hamas: Deadly attacks against Gaza by Israeli Fighters


19-08-2011,23:16
Al Qassam website - Israeli shelling killed two people in the eastern and northern Gaza Strip on Friday afternoon, medics said, bringing the death toll in the coastal enclave to nine in the 24 hours since a deadly attack in Israel.
Samed Abdul Mu'ty Abed was riding a motorcycle in northern Gaza when he came under fire, medical officials said.
Another Palestinian, a 22-year-old man who was not identified, was taken along with one other injured person to Shifa hospital in Gaza City, medics said.
Gaza medical spokesman Adham Abu Salmiya said missiles also targeted a concrete factory in the same area seriously injuring two locals.
Over the past 24 hours, Israel has carried out more than 10 airstrikes across the Gaza Strip following a series of deadly shooting attacks in the Negev desert that left eight Israelis dead.
Nine Palestinians have now been killed and scores injured after Israeli attacked Gazans, although the faction has denied any involvement in yesterday incident inside OPT.
Earlier, Israeli warplanes struck An-Nuseirat refugee camp leaving one Palestinian lightly injured, said Gaza medical official Adham Abu Salmiya.
Fighter jets bombed a generator near the camp, causing a power outage across the area and missiles hit a training camp of the armed wing of Hamas, the Al-Qassam Brigades, witnesses said.
The raid came hours after Israel launched airstrikes on the Az-Zaitoun neighborhood south of Gaza City causing damage but no injuries, medics said.
Just after midnight Friday, Israeli warplanes launched a series of raids targeting Gaza City, the northern towns of Beit Hanoun and Beit Lahiya, and Khan Younis in the south.
Abu Salmiya said an airstrike on a home near the former intelligence services headquarters in Gaza City killed 13-year-old Mahmoud Abu Samra and injured 18 others.
Elsewhere, Apache helicopters fired at least two missiles toward a Palestinian military site in the town of Beit Lahiya and a missile near Khan Younis landed in an open area and caused no injuries or damage. Sources: Maan

Hamas denies responsibility for attacks
Hamas nega resposabilidade por ataques
19-08-2011,12:07

Al Qassam website - Hamas denied responsibility for the attack on two Israeli buses, carrying soldiers, near Eilat on Thursday morning that left seven killed and 20 others wounded.
The movement said in a statement that it was not her policy to use lands of other countries to launch attacks on Israeli targets. Israel said that the attackers came from Gaza via the Egyptian territory.
Hamas, however, said that it would be at the forefront of defenders of Gaza in the event Israel ventured to attack it as threatened by its war minister Ehud Barak.
It blamed Israeli atrocities against Palestinian people and holy shrines especially during the holy month of Ramadan provoked millions of Muslims into retaliating to such crimes.
Hamas appealed to the Arab and Islamic countries, the free people of the world, and the international community to shoulder their responsibility toward the Israeli threats against Gaza and its civilian population.
For his part, Abu Obaida, the spokesman for Hamas’s armed wing the Qassam Brigades, warned that the armed wing would strongly retaliate to any aggression on the Strip.
Dr. Salah Al-Bardawil, a Hamas leader, told the PIC that his movement adopts the clear strategy of not using lands of other countries to resist the occupation.
He said that Israel was trying to evade its internal crises by attacking Gaza, adding that his movement would not remain arms folded vis-à-vis any aggression.

Detalhes Adicionais

Israel volta a bombardear alvos civis em Gaza



Mais uma vez, nesta quarta-feira, diante da perplexidade mundial e da COVARDIA das Nações Unidas, Israel voltou a bombardear Gaza, na Palestina ocupada.

Aviões militares israelenses despejaram bombas em vôos noturnos sobre um hospital, uma escola e diversas residências, causando diversas mortes e dezenas de feridos entre a população civil palestina.


O covarde ataque está sendo “justificado” pelo GOVERNO $IONISTA como retaliação à ação de milicianos que se infiltraram pelo Egito, provocando a morte de pelo menos oito militares israelenses que viajavam em um ônibus para apoiar colonos israelenses que INVADEM terras palestinas.


As ações retaliatórias de Israel já mataram pelo menos cinco palestinos e três egípcios, segundo a Associated Press, mas os números reais são bem maiores, informaram fontes independentes.

Postado por Jornal Água Verde


Os $ionistas fazem com os Palestinos o mesmo que os nazistas fizeram aos judeus.

Como você explica tamanha semelhança?

Quem são os $ionistas?

Palestinos não abençoam Hitler.

Palestinos querem suas terras livres de invasores e ocupantes $ionistas.

Eu sou Brasileira e oro para que os Palestinos vivam em PAZ, sem invasores e ocupantes em suas terras.



Basta de MATANÇA (limpeza étnica - IIan Pappe) de Palestinos já!


Respostas obtidas no site Yahoo Respostas:

"Ainda que continue a favor dos Palestinos,continuo querendo Paz naquela região,pois que todos os povos andem na Paz.


Abraços!" - por Palestino

"Israel é inimigo? De quem? Só se for dos esquerdalhas islâmicos. Israel, a nação Santa que recebe orações todos os dias.
Uma pessoa, um povo ou uma religião que escreva isso daqui (http://4.bp.blogspot.com/-oU3EUj6C-38/TZ deve ser banida da terra.
Verdadeiros Brasileiros apoiam e oram por Israel." - por Usuário Conservador Por Um Brasi...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

HILLARY CLINTON PEDIU AOS PAÍSES QUE DEIXEM DE COMPRAR PETRÓLEO E GÁS NATURAL DA SÍRIA. POR QUE SERÁ, HEIN?

Mais uma vez, os EUA se intrometendo nos assuntos internos dos países do Mundo.


Hillary Clinton pede a parceiros da Síria para se colocarem do «lado bom da história»

A chefe da diplomacia norte-americana pediu aos que «continuam a comprar gás e petróleo sírios e aos países que continuam a enviar armas a Assad» para que parem de o fazer.

A secretária de Estado norte-americana apelou aos parceiros comerciais da Síria para se colocarem do «lado bom da história» e a pararem as suas trocas comerciais com o regime de Bashar al-Assad.

Em conferência de imprensa, Hillary Clinton pediu aos que «continuam a comprar gás e petróleo sírios e aos países que continuam a enviar armas a Assad para se colocarem do lado bom da história».

«O presidente Assad perdeu a sua legitimidade de dirigente e é evidente que a Síria se portaria melhor sem ele», afirmou a chefe da diplomacia norte-americana, que, contudo, não apelou, de forma directa, à saída do líder sírio.

Estas palavras de Hillary Clinton surgem um dia depois de a secretária de Estado norte-americana ter apelado à China, Índia e Rússia para se juntarem aos EUA na condenação ao regime de Damasco.


Syrian President Bashar al Assad makes a speech to his nation and claims violence across his country is the result of a foreign conspiracy.
Mr Assad called the violence a "conspiracy designed abroad and perpetrated in our country."

But Mr Assad added that authorities in Syria must differentiate between legitimate protesters and terrorists.
Hillary Clinton
Bashar al-Assad




Respostas obtidas no site Yahoo Respostas:

"Pra quebrar as reservas financeiras daquele País e assim ficando enfraquecido, a OTAN vai lá e "pimba", invade!
Simples assim!" - por Cool

"Na verdade, os EUA estão num beco sem saída, porque Bashar al-Assad, conseguia manter o controle de sua fronteira com Israel de forma pacifica. A queda de al-Assad é um verdadeiro catástrofe para Israel, por isso, só advertências a Síria. Quanto a Líbia?" - por Manoel Matos

domingo, 14 de agosto de 2011

A JUÍZA MORTA HUMILHAVA POLICIAIS COMO FLÁVIO BOLSONARO AFIRMOU NO TWITTER?



Filho de Bolsonaro diz que juíza morta 'humilhava réus'

12 de agosto de 2011 • 13h49 • atualizado às 14h03


Detalhes Adicionais

Bolsonaro relacionou morte de juíza a sua postura com os réus

Foto: Twitter/Reprodução

O deputado estadual pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro (PP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), afirmou na manhã desta sexta-feira, em sua página no Twitter, que a juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo (RJ), assassinada na madrugada de hoje, tinha o costume de "humilhar gratuitamente réus".

 Para o deputado, a magistrada colecionava muitos inimigos, "não pelo exercício da profissão", mas por suas supostas atitudes de humilhação.
"Que Deus tenha essa juíza, mas a forma absurda e gratuita com que ela humilhava policiais nas sessões contribuiu para ter muitos inimigos" , afirmou.

Diante da repercussão negativa de sua frase na rede de microblogs, Flávio Bolsonaro completou:

"A patrulha do politicamente correto e os 'pré-conceituosos' começam a botar palavras na minha boca sobre a morte da juíza... repudio a morte da juíza, apenas disse que ela teria muitos inimigos, não pelo exercício da profissão, mas por humilhar gratuitamente réus".

"Cansei de receber em meu gabinete policiais e familiares, (...) acusando-a de chamá-los de 'vagabundo' e 'marginal' nas oitivas. Orientava sempre que deveriam formalizar denúncia no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra ela, por abuso de autoridade, nunca para tomar atitude violenta contra ela", disse.

Juíza estava em "lista negra" de criminosos

A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados pelo menos 15 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.


Flávio e o pai, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), são conhecidos por suas posições polêmicas e pela defesa de militares, policiais e bombeiros. Em um dos posts, Bolsonaro filho ressaltou lamentar a morte da juíza e disse que ela teria muitos inimigos “não pelo exercício da profissão, mas por humilhar gratuitamente réus”. Segundo ele, a magistrada costumava chamar os policiais de “marginais” e “vagabundos” durante as audiências.


O deputado afirmou que recebeu muitos policiais e familiares em seu gabinete apresentando queixas contra a juíza e que os orientava a formalizar as denúncias no CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

A juíza Patrícia Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo,
foi assassinada a tiros em Piratininga,
 em Niterói,
 na região metropolitana do Rio de Janeiro,
na madrugada desta sexta-feira (12)


Pelo Twitter, Flávio Bolsonaro diz que juíza assassinada tinha muitos inimigos por "humilhar réus"



Deputado afirmou que magistrada chamava policiais de "vagabundos" e "marginais"

Flávio e o pai, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), são conhecidos por suas posições polêmicas e pela defesa de militares, policiais e bombeiros. Em um dos posts, Bolsonaro filho ressaltou lamentar a morte da juíza e disse que ela teria muitos inimigos “não pelo exercício da profissão, mas por humilhar gratuitamente réus”. Segundo ele, a magistrada costumava chamar os policiais de “marginais” e “vagabundos” durante as audiências.


Patrícia Acioli era conhecida por sua atuação rigorosa e tinha um histórico de julgar vários casos contra policiais com desvio de conduta.


Flávio Bolsonaro - O que eu coloquei no meu Twitter não é novidade, principalmente, para quem é do meio policial. Acho inadmissível a morte de uma juíza, da forma como ela foi assassinada. Agora, o que eu quis mostrar é que ela tinha muitos inimigos não pelo fato de ela exercer o seu trabalho. Acredito que ela tinha muitos inimigos pela forma como se portava dentro da vara criminal. Eu recebia no meu gabinete inúmeras queixas e reclamações especificamente desta juíza no tocante a essa forma como ela tratava principalmente policiais que sentavam no banco dos réus.

Ela humilhava os policiais, botava o dedo na cara deles, falava que eram bandidos, marginais. Neste nível. Não só os policiais, como os familiares deles cansavam de ir ao meu gabinete para fazer reclamações. Eu sempre orientava que eles gravassem essas ameaças e botassem no papel, representasassem contra a magistrada no Conselho Nacional de Justiça. Não sei se eles chegavam ao ponto de fazer isso, mas era uma magistrada que agia com preconcento com relação a policiais e a seus julgamentos.

Se você começar a observar as conversas nas redes sociais, já há jornalistas que trabalham na área criminal, dizendo que ela tinha a fama de ser muito justa, mas quem está perto diz que ela era justa com os inimigos, para os quais ela aplicava a lei. Agora, para os amigos era muito frouxa.

O senhor, inclusive, colocou isso no seu Twitter. Mas não acha inapropriado fazer esse tipo de comentário em relação a uma pessoa que não pode se defender? Não pensou também que, pelo fato de a juiza ter morrido nas circunstâncias em que morreu, seria inapropriado aquele comentário (no Twitter)?

Não acho. Não estou fazendo acusações contra ela. Só estou repercutindo uma das razões que acredito que fizeram ela ter muitos inimigos. Se eu tivesse feito um comentário como esses "defensores dos direitos humanos" colocam a favor dela, eu seria elogiado. Agora, como fiz comentários de fatos concretos... Eu recebi ligação de um defensor público e dois promotores de Justiça que tiveram oportunidade de trabalhar com ela. Eles disseram: "Deputado, parabéns. Não é porque ela foi morta que a gente tem que canonizar".

O que não pode ser confundido é rigor na aplicação da lei com abuso de autoridade. Com a forma desrespeitosa com que ela tratava as pessoas lá dentro. Então, é por essa razão que acho que ela angariou muitos inimigos.

O senhor fala em agressões gratuitas, humilhação. Ela investigava policiais acusados de participação em milícias, grupos de extermínio. A impressão que dá é que está mais preocupado com a humilhação a esses policiais do que com os fatos em si.

Na boa, é porque o Bolsonaro está falando que já partem para essa linha. Não estou passando a mão na cabeça do mau policial, que tem que apodrecer na cadeia. Estou falando que muitas dessas pessoas que a juíza tratava dessa forma, ela absolvia depois. Eram inocentes. Um policial facilmente senta no banco dos réus. Ele está na ponta da linha. Até os que sentavam como testemunhas eram tratados dessa forma.

Até que se prove o contrário, todo mundo é inocente. Mas essa máxima não valia para policiais.

O senhor usou o termo a "patrulha do politicamente correto" e os "pré-conceituosos", alegando que essas pessoas estavam colocando palavras na sua boca. Mas este não é um rótulo que comumente colam no discurso dos Bolsonaro.

Esse preconceito de que falo é que as pessoas ficam contra, muitas vezes, não em relação à situação, mas contra o Bolsonaro. Se você pegar as pessoas agora que estão criticando o meu posicionamento, vai ver que são praticamente as mesmas que estavam contra o posicionamento dos Bolsonaros com relação à denúncia que fizemos sobre a distribuição do "kit gay" nas escolas do Brasil.

Começam a misturar com homofobia os comentários que fiz em relação à juiza.

Então, na sua opinião, essa reação toda foi pelo fato de ser um Bolsonaro?

Acho que contribui. Assumo os ônus e os bônus das posições polêmicas que tomamos. Agora, não vou mudar por causa dos politicamente corretos. Vou continuar sendo um parlamentar independente, falando o que eu penso.

Terra


Juíza do ‘martelo pesado’

Horas antes de ser brutalmente executada, a juíza Patrícia Acioli decretou a prisão preventiva por homicídio qualificado de sete policiais do 7º BPM (São Gonçalo) acusados de forjar um auto de resistência - quando há morte de criminosos em confronto com a polícia. Os quatro cabos, um tenente, um sargento e um soldado teriam participado de uma operação no Complexo do Salgueiro, que terminou com a morte do vendedor ambulante Diego da Conceição Beliene, 18 anos, no último dia 3 de junho.

Segundo denúncia do Ministério Público (MP), o jovem foi atingido com um tiro de fuzil no peito e agonizou durante uma hora até ser ‘socorrido’ – já cadáver – por uma ambulância do Corpo de Bombeiros. Ainda de acordo com o MP, Diego não era bandido e, tampouco, havia traficantes na Rua Reginaldo Ulisses de Oliveira, na localidade conhecida como Conjunto da PM, no bairro das Palmeiras, quando os policiais chegaram efetuando disparos a esmo. O jovem, que sofria de disritmia e fazia uso de remédios controlados, tinha ido à esquina de sua rua olhar a mãe que seguia para visitar a irmã no hospital, conforme O SÃO GONÇALO divulgou com exclusividade em reportagem no dia 18 de junho.

Familiares de Diego deixaram o município temendo represálias. Após receber a denúncia do MP, a magistrada determinou a prisão temporária dos PMs. Eles foram presos pelo Serviço Reservado (P-2) do próprio batalhão onde são lotados, durante ação conjunta com oficiais de justiça da 4ª Vara Criminal.

Magistrada colocou grupo de extermínio atrás das grades

Ano passado, a magistrada condenou a 141 anos de prisão integrantes de uma quadrilha formada por civis e policiais militares, entre eles um oficial, acusados de cometer mais de 100 homicídios em São Gonçalo. O bando – liderado por Rodrigo Soares Rangel, o Rodriguinho – é acusado de matar o barbeiro Douglas Cabral Fidelis, 21, em março de 2007. O grupo foi desarticulado graças às investigações da mãe da vítima, a ex-bancária Maria Zélia Cabral. Sua persistência e determinação para levar os assassinos do filho para o banco dos réus surpreendeu a polícia, o MP e o Judiciário. Sem qualquer respaldo do Estado, Maria Zélia foi ameaçada de morte e hoje vive escondida com as duas filhas menores. A história da ex-bancária foi o enredo da reportagem ‘Maria Zélia: a mãe de Douglas’, publicada, com exclusividade, por O SÃO GONÇALO, em setembro do ano passado.

Nome de Patrícia constava em ‘listão da morte’

Dois anos após a desarticulação do bando de Rodriguinho, mais um caso de policiais envolvidos em um grupo de extermínio chegou às mãos da juíza, conhecida por aplicar penas pesadas a agentes de segurança pública acusados de homicídios. A magistrada determinou a prisão de cinco PMs, além de Wanderson Silva Tavares, o Gordinho ou Tenente, de 34 anos, apontado como o chefe do bando investigado por, pelo menos, 16 mortes no município, nos últimos três anos.

Preso por agentes da 72ª DP (Mutuá) em Guarapari, no Espírito Santo, Gordinho possuía uma ‘lista negra’ com 12 nomes de pessoas possivelmente marcadas para morrer, entre eles o da juíza Patricia Acioli. Além da magistrada, estavam na ‘lista da morte’ de Gordinho, o promotor Paulo Roberto Mello Cunha, do Tribunal do Júri do município; três policiais do Núcleo de Homicídios da 72ª DP (Mutuá); o delegado titular da distrital, Geraldo Assed; além de testemunhas dos crimes, entre elas a mãe de uma das vítimas e até mesmo os próprios integrantes do grupo de extermínio que o apontaram como sendo líder do bando. Apesar da lista não possuir nenhuma ameaça direta às 12 pessoas, interceptações telefônicas autorizadas pela justiça demostraram o deboche dos criminosos ao se referir aos agentes e à magistrada, chamando-a de ‘Patricinha’.

Tenente da PM foi condenado por matar estudante na saída de boate no Zé Garoto

Um dos polêmicos casos julgados por Patrícia Acioli refere-se à condenação do tenente da Polícia Militar Carlos Henrique Figueiredo Pereira, 32, pela morte do estudante Oldemar Pablo Escola de Faria, então com 17 anos. O adolescente foi alvejado com tiros na cabeça, na saída da boate Aldeia Velha, no Zé Garoto, no dia 6 de setembro de 2008.

O policial foi condenado por homicídio culposo, uma vez que os jurados entenderam que o tenente não teve a intenção de matar, desclassificando o delito doloso e transformando-o em culposo. Acioli reconheceu a existência do crime, entretanto, sem a intenção de matar.

“Substituo, portanto, a pena privativa de liberdade anteriormente imposta, por prestação de serviços à comunidade, pelo prazo de um ano, a ser cumprido em horário que não prejudique a atividade laborativa do acusado, pelo período de sete horas semanais”, disse a juíza durante a sentença.


O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Luiz Zveiter, negou nesta sexta-feira que tenha determinado a retirada da escolta da juíza Patrícia Acioli, que foi executada na madrugada desta sexta-feira em Niterói.

Segundo o desembargador, que presidiu o Tribunal de Justiça em 2009 e 2010, a escolta da juíza foi retirada em 2007, quando ele ainda não presidia o TJ, a pedido da magistrada.

- Os pedidos de escolta são analisados pela diretoria de segurança do TJ. Na minha gestão, não houve nenhum pedido de escolta para a juíza. O que me consta é que ela preferia a segurança do próprio marido, que era policial militar - disse Zveiter.

O magistrado lamentou a execução:

- O crime precisa ser apurado com todo o rigor e o mais rápido possível.

Mãe de rapaz morto por miliciano acredita que juíza Patrícia Acioli foi morta devido a julgamento do caso


Madrugada da última sexta-feira, toca o telefone da trabalhadora autônoma X.

Era um policial civil de São Gonçalo, seu amigo:
— Mataram a doutora Patrícia! Mataram ela!

A notícia foi uma pancada no peito. X., hoje em um programa de proteção à testemunha e vivendo em outro estado do país, tinha na juíza Patrícia Lourival de Acioli seu anjo da guarda. Com medo, ela acredita que a morte da magistrada tenha a ver com o caso que uniu ambas.

Desde março de 2007, quando o filho de X., de 21 anos, foi assassinado por um grupo de extermínio de São Gonçalo, a mulher mergulhou numa odisseia contra a impunidade. O rapaz, que estava em casa com a mulher e amigos, foi torturado e morto com sete tiros.

— Quando levei à doutora Patrícia as provas que eu tinha, ela me apoiou. As pessoas acreditavam que a morte do meu filho não ia dar em nada. — conta X., que recorda a frase que diz ter ouvido de Patrícia:

— Ela me disse: “Não se preocupe. Para matar você e sua família, antes vão ter que me matar”.

A promessa foi feita em meio a ameaças que X. sofreu do bando de Rodrigo Soares Rangel, o Rodriguinho. O miliciano condenado a 65 anos e seis anos por Patrícia.

No próximo dia 16, os quatro PMs acusados de participar do grupo de extermínio seriam julgados por Patrícia.

— Não é coincidência. Uma coisa teve a ver com a outra. O grupo do Rodriguinho foi o mais prejudicado com as decisões dela.

Pedido de Socorro à justiça do Rio

O trabalho de investigação de X. permitiu que outras vítimas fossem identificadas e o grupo tivesse uma pena maior.

— Na quinta-feira, a doutora Patrícia convocou os policiais para o julgamento, no dia 16. Horas depois, ela foi morta.

X. teme por sua vida e de sua família:

— Eu preciso que a Justiça do Rio saiba que tem alguém precisando de socorro e é agora, não depois que morre.

O último contato de X. com Patrícia foi em 25 de junho:

— Abracei, conversei quase duas horas com ela. Foi uma conversa que me deu muita confiança. Eu acreditava que minha família estava segura no Rio por causa dela. Agora, meu desespero é imenso.

http://extra.globo.com/casos-de-policia/mae-de-rapaz-morto-por-miliciano-acredita-que-juiza-patricia-acioli-foi-morta-devido-julgamento-do-caso-2450089.html

14/08/2011 17:49
Juiza Patricia Acioly:"‘Não acredito que vou morrer por causa do meu trabalho"

Dias antes de ser assassinada a magistrada concedeu uma entrevista exclusiva a O São Gonçalo

Rio - Numa tarde em seu gabinete, há alguns dias, a juíza Patrícia Lourival Acioli, concedeu a O SÃO GONÇALO o que seria sua última entrevista, antes de ser assassinada. O texto já estava editado e para sua publicação faltava apenas uma sessão de fotos, que a juíza adiava dia após dia. “Vocês já têm fotos minhas no arquivo. Pode publicar com elas mesmos”, argumentava. É com essas fotos do nosso arquivo, que O SÃO GONÇALO leva aos leitores um relato inédito da atuação da magistrada, que estava 11 anos à frente do Tribunal do Júri de São Gonçalo, município com média histórica nos últimos 10 anos, de um homicídio por dia, conforme dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro. “Já tive notícias que queriam me matar. Medo de morrer todos nós temos, mas ter medo de morrer é uma coisa e deixar de fazer o meu trabalho por isso é totalmente diferente. Não acredito que vou morrer por causa do meu trabalho”, afirmou Patrícia Acioli. Infelizmente, para ela e para São Gonçalo, a juíza estava errada.

O SÃO GONÇALO -Nesses 11 anos à frente do Tribunal do Júri de São Gonçalo, a senhora já recebeu alguma ameaça? Já foi ameaçada de morte?

Juíza Patrícia Acioli -Eu já tive notícias que queriam me matar.

OSG - E a senhora tem medo de ser morta?

Patrícia Acioli - Medo de morrer todos nós temos. Mas, agora, ter medo de morrer é uma coisa e deixar de fazer o meu trabalho por isso é totalmente diferente. Eu não acredito que vou morrer por causa do meu trabalho. É uma questão filosófica que prefiro me abster, mas acho que quando a gente age buscando uma coisa efetivamente concreta, você tem uma proteção. Então, eu não acho que vou morrer em decorrência do meu trabalho.

OSG - Os policiais falam que está muito difícil trabalhar em São Gonçalo...

Patrícia Acioli - Sabe por que está difícil trabalhar? Porque a gente vai verificar se o trabalho deles está sendo em legítima defesa ou não. Por exemplo, se você está agindo legitimamente, se você está num confronto e matou num confronto e você agiu com a força naquele confronto. O que eu constato é a inversão dos valores. O certo passa a ser errado e o errado passa a ser certo. Eles têm lá um esquema que um não pode delatar o outro. Se eu vejo um policial roubando, extorquindo do outro ali, eu não vou contar para o meu chefe? Ou não vou tomar medidas cabíveis porque ele é meu colega? Ele não é seu colega. Ele é ladrão, ele é bandido. Ele tem que ser preso por você. Você não é igual a ele. Mas no meio policial acaba havendo uma inversão de valores. Acaba que, quem delatou, o cara começa a ser execrado. Então você pergunta por que eles temem meu trabalho? Eles não temem o meu trabalho. Eles temem o trabalho de qualquer pessoa que vá fiscalizar o trabalho deles, qualquer pessoa que vá se contrapor ao trabalho deles ao verificar. A diferença minha para os meus outros colegas é que eu vou lá. O que me trazem escrito, eu vou ver mesmo se aquilo combina. Aliás, eu faço isso apenas naquelas situações em que eu tenho ação penal e geralmente é requerimento do Ministério Público, que quer um reconstituição, uma reconstrução dos fatos. Mas isso não tem que ser verificado por mim. Os delegados de polícia da cidade são os responsáveis por esse tipo de investigação.

OSG - A senhora disse que o local do crime precisa ser preservado, mas a foi sua a determinação de impedir o PM de socorrer?

Patrícia Acioli - Não, nada disso. Não poderia dar uma determinação dessas. Porque quem sabe como tem que agir é quem está lá. São reuniões realizadas entre o Ministério Público, a PM, delegados, peritos e o Corpo de Bombeiros para resolver essas questões referentes aos autos de resistência. Vocês estão vendo como é o mito? Os argumentos que os PMs usavam é que a perícia demorava 50 horas para chegar, que o bombeiro que eles acionavam nunca chega ao local para fazer o socorro adequado. Então, o que gente pede aos policiais é que eles ajam da mesma forma que agiriam dentro de qualquer outra situação de uma tentativa de homicídio. Quando eles chegam ao local para apurar uma tentativa de homicídio e constatam que a vítima já é cadáver, eles não preservam o local? Então, quando se tratar também de autos de resistência que eles façam a mesma coisa.

OSG - Ao longo desses 11 anos a senhora foi usou sempre muito rigor na punição a crimes cometidos por policiais, os chamados autos de resistência...

Patrícia Acioli - Recentemente, o Ministério Público de São Gonçalo, que foi pioneiro nisso, resolveu fazer um pente fino. Em áreas de favelas, ou guetos, os policiais tinham um comportamento de “política de enfrentamento”. Então, o MP fez um estudo dessas ocorrências e constatou abusos e crimes cometidos por policiais. Na verdade, estes policiais cumprem determinações superiores. Mas se você conversar com eles, jamais vão dizer isso. E os superiores muito menos. Eles oficiosamente dão determinações que não constam em lugar nenhum por escrito. E, quando chamados às suas responsabilidades, eu digo os oficiais, os comandantes, dizem “não, eu nunca mandei fazer isso, só mando cumprir a lei e fazer estritamente o que a lei determina”.

 
OSG - O crime cometido por um policial é pior?

Patrícia Acioli - Para mim, crimes praticados pelos agentes públicos, são desvios de conduta. Porque a gente não pode imaginar que o poder público queira que alguém pratique crime. Como é policial, poderia ser um médico, um dentista, um advogado, engenheiro, juiz, jornalista. A profissão que o cara exerce é indiferente. Ele é criminoso, que por um acaso fez um concurso para a PM ou resolveu ser criminoso depois que entrou para a polícia. Isso aí seria o caso das milícias, o caso do tráfico, o caso dos grupos de extermínio. Eu estou me referindo a um outro tipo de situação que é muito mais grave. Porque o cara quando faz a opção de ser bandido, ele vai ser bandido dentro ou fora da polícia. Se ele não conseguir passar para a polícia, vai continuar sendo bandido e depois que ele passou no concurso ele ainda vai ser bandido. Aí a gente tem autoridade envolvida no crime? Não. A gente tem ser humano envolvido no crime.

OSG - E nos casos de autos de resistência?

Patrícia Acioli - É uma coisa muito diferente, porque não estamos falando de criminosos, mas sim de policiais que, em tese, estão cumprindo determinações passadas. Na realidade, só temos vítimas nessa situação. As vítimas de lá, que vão receber esse tipo de tratamento dos PMs, as vítimas policiais porque vão responder por tudo que fizerem. Você já viu algum coronel sentado no banco dos réus?

OSG - A senhora acha que as pessoas aceitam a violência e os excessos praticados contra criminosos?

Patrícia Acioli - Não importa se são traficantes, se é ladrão. Não está escrito no código penal: “pode matar traficante, matar ladrão”. Então, traficante, ladrão, quem é que seja, estão todos submetidos à mesma lei. Se estamos querendo prendê-los, estamos dizendo que estão descumprindo a lei, que é equivocada a forma dele agir, como é que vamos nos apresentar para prendê-lo já descumprindo a lei?

OSG - E os policiais têm noção disso?

Patrícia Acioli - O policial vai para uma comunidade dessa e é confrontado, afrontado de uma forma tal que, se ele não atirar, morre. Então ele já vai para lá com medo. Já se botou na posição de um policial, uma pessoa que é muito mal remunerada? Vamos falar do policial do bem, que têm muitos por aí. Um cara que não é ladrão, que não vive de falcatrua, um cara que cumpre sua determinação, que honra a farda que veste. Ele ganha mal, ele se expõe à beça, é profundamente cobrado, não tem nenhum tipo de apoio psicológico, de infra-estrutura assistencial. Ninguém quer saber se ele está com algum problema, se o filho dele está doente, se a mulher dele o chifrou, se ele está com algum problema de ordem econômica, ninguém quer saber. O cara ganha mal, é mal treinado, e lhe dão uma arma na mão. Muitas vezes ele não sabe nem o poder e o potencial de tiro que aquela arma tem, essa é a verdade. Tem um processo que eu observei, e não posso falar onde (risos), em que um policial pegou um fuzil para atirar e ele nem sabia que um fuzil tinha uma posição intermitente, posição rajada, não sabia mexer na arma que estava manuseando. Isso pode causar uma tragédia de grandes proporções. Então, na realidade, nós temos vítimas de todos os lados.

OSG - E isso tudo inspirou essa ação do Ministério Público?

Patrícia Acioli - Essas ações penais foram deflagradas e esse movimento começou aqui por São Gonçalo. Começou porque nós temos um promotor de Justiça que é super atuante, o Dr. Paulo Roberto, que é uma pessoa extremamente responsável. E nós tínhamos que tentar motivar o poder público, pelo menos local, o batalhão, os delegados de polícia, os peritos legistas, os médicos, para eles cumprirem a lei que é de 1940, que determina o que se chama de autos de resistência: que se tem que fazer a perícia do local, que não pode se desfazer o local do crime. Mesmo que o cara chegue no hospital com a cabeça de um lado e corpo de outro ele foi socorrido pelo policial. Mas independente dessa questão, existem outras questões que devem ser postas. Ainda que ele socorra a vítima, vamos imaginar que esteja viva, o local continua tendo que ser preservado. Ele não está alegando que foi recebido a tiros? Se não pegou no policial e não pegou na viatura, foi parar em outro lugar. Então o local tem que ser periciado, para que efetivamente essa dinâmica do que ele narra seja posta, depois que aquela perícia terminar vai se confrontar com o exame cadavérico, para se verificar se realmente é possível, pela narrativa que eles contam da história. É uma responsabilidade do policial militar, isso está lá no regulamento deles, preservar o local. E é dever da autoridade policial se dirigir ao local nos crimes onde há vestígios. Se ela não pode ir em pessoa, que mande um agente dela ir verificar aquilo. Se a lei fosse cumprida, essas situações dúbias iam se resolver de uma forma muito mais tranqüila. O policial vai ter mais segurança para exercer a atividade profissional dele e o cidadão vai ter mais segurança quanto ao exercício dessa atividade policial. Crimes praticados por agentes do Estado, para mim, são esses, onde o agente do Estado pratica o crime exercendo sua profissão. E digo que ele é mais vítima do que autor. Porque, infelizmente, covardemente, os que determinam eles cumprirem isso não assumem.

OSG - Mais os policiais que matam repetidamente?

Patrícia Acioli - Continua sendo vítima, pois quando ele retorna ao batalhão e fala que matou seis num confronto, ninguém vai verificar como ocorreram essas mortes. As pessoas não vão verificar o local, não vão investigar se aquilo aconteceu de verdade. Todo policial, em qualquer país civilizado, seria retirado das ruas. Se ele participou de um confronto que matou seis pessoas, ainda que legitimamente, você acha ele tem condições de entrar em outro confronto no dia seguinte? E o fator psicológico desse profissional? Em qualquer polícia, de qualquer lugar do mundo, esse policial não vai voltar à rua no dia seguinte como se nada estivesse acontecido. Vai se investigar, vai se apurar de verdade o que aconteceu sobre o confronto que ocorreu, ele vai ser afastado um pouco, vai receber atendimento. Porque uma pessoa de bem... você imagina matar seis pessoas em um dia no exercício de sua função? Isso não é possível. A gente aqui, quando condena pessoas, aquilo tudo passou por um processo, por uma ação penal. Graças a Deus nós não temos pena de morte, nem mesmo pena de prisão perpétua. Pelo contrário, aqui, no Brasil, um cara que é condenado há 30 anos, que é a pena máxima, se o crime for hediondo, ele fica apenas dois quintos da pena, e depois volta para o convívio social. A gente fica mal. Imagina você no exercício da sua função ter matado pessoas...

OSG - Apesar de a senhora achar que esses policiais são na maioria das vezes vítimas, por que eles temem tanto o seu trabalho?

Patrícia Acioli - Isso você tem que perguntar para eles. Eu não sei porque eles temem o meu trabalho. Acho que, na realidade, eu não vou concordar com você. Não acho que os policiais temem. Eu acho que vendem uma imagem do meu trabalho, que é muito conveniente.

OSG - Quem vende?

Patrícia Acioli - Aí eu não sei.

OSG - É a imprensa?

Patrícia Acioli - Não, de forma alguma. A imprensa noticia. Pelo menos nunca me vi nessa situação de ser endiabrada pela imprensa. Acho que vocês noticiam os fatos, pelo menos no que diz a minha pessoa.

OSG - Mas que eles temem o seu trabalho eles temem...

Patrícia Acioli - Isso é uma cultura, né? Isso é muito interessante, porque quando você teme alguém, você tem medo daquilo. Você não quer saber, você não conhece, você não se interessa. Mas ninguém diz, por exemplo, que eu acordo às seis hora da manhã, não só eu, mas eu e os promotores. Nós vamos lá para o batalhão dar palestra, para explicar como eles devem trabalhar, como devem fazer nessas situações.

OSG - Voltando aos autos de resistência. Esse pente fino que está acontecendo, desde essas reuniões, tem muito policiais respondendo desde 2001, 2002...é devido a esses inquéritos?

Patrícia Acioli - Esses inquéritos não estavam parados. Eles estavam em andamento. Agora, uma pessoa tem condição de resolver 7 mil inquéritos? Lendo um por um, examinando? Eu já falei para vocês, apenas 4% dos homicídios do Estado são apurados. Os outros 96% são inquéritos. Aí é um problema muito maior do que estamos aqui para resolver, então, o que aconteceu, é que o Ministério Público resolveu fazer realmente um pente fino, passar um pente fino nessas situações específicas de autos de resistência, e aí sim tomar providências.

 
OSG - Com relação à atuação de grupos de extermínio, de milícias, nesses 11 anos de trabalho aqui em São Gonçalo, o que está mais disseminado: os grupos de extermínios ou as milícias?

Patrícia Acioli - No início, eram os grupos de extermínio, mas eles são os embriões das milícias. Todo grupo de extermínio, a forma com que os grupos de extermínio foram organizados, acabaram sendo os embriões das milícias. Isso aí não é só aqui na nossa cidade, é em todo o Estado.

OSG - Se uma pessoa é testemunha de um crime, qual o conselho que a senhora daria para ela?

Patrícia Acioli - Procure a autoridade competente e relate. Se você tem medo de procurar a delegacia de polícia, procure o Ministério Público. Porque essa falsa idéia de que se ficarmos com boca fechada estaremos protegidos, isso é uma mentira. Porque na realidade, você vai sempre representar uma ameaça, então se você representa uma ameaça para outra pessoa ela pode te matar também. Então o conselho que eu dou é que procure uma autoridade competente e fale. Se tem medo da autoridade policial, procure o Ministério Público.

OSG - Pelos casos que a senhora conhece, de pessoas que procuraram a autoridade policial, o MP, a senhora acha que o Estado está preparado para dar proteção a essa testemunha?

Patrícia Acioli - Aqui temos 100% de eficiência em termos de resultados. O Estado não está preparado para dar proteção, não, mas mesmo sem a proteção do Estado ela vai estar mais protegida falando do que em silêncio. Porque quando você fica em silêncio é muito simples: só eu sei que você sabe. O “eu” é o assassino, então, se você morrer, a sua investigação, a sua morte, só vai ser mais uma.

OSG - É porque a gente tem visto casos de testemunhas que perderam a vida, pela falta de proteção do Estado...

Patrícia Acioli - Aqui em São Gonçalo nenhuma. A que perdeu a vida aqui largou o serviço de proteção por vontade própria. Ele foi para a área onde ele não podia ir pelas suas próprias pernas. Agora, nós não temos aqui na Vara nenhum caso de testemunha que tenha sido assassinada sob proteção ou mesmo sem proteção do Estado. Nós temos duas que foram assassinadas, as duas, com o da van são três... Então, as três que foram assassinadas, todas as três estavam em local que elas não poderiam estar.

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Fonte: São Gonçaloonline: Enviado por Ari Lopes, Gustavo Carvalho e Kiko Charret

Obs: dedico essa entrevista a todos homens da nossa Justiça que lutam pelo menos para um dia melhor neste Brasil para os nossos netos. Em especial ao presidente da OAB-Al, Omar Coelho, advogado Richard Cavalcanti Manso, advogado e professor do Direito, Welton Roberto, advogado José Firmino e ao ex-promotor público e vice governador José Thomaz Nonô. Também quero citar dois jovens advogados: Junior Bernades e Rui Palmeira.


Respostas obtidas no site Yahoo Respostas:

"Nossa eu sinto uma pena dela danada...que terrivel, são acidentes de percursso na vida de todos" - por Dr. Zen

"Parece que estamos atravessando uma fase negra. A juíza esta apenas fazendo o trabalho dela. Provavelmente não dizia que os criminosos eram "bonitos", mas humilhar, não acredito. Quem cumpre seu dever, lutando contra o crime organizado e não se deixa corromper tem que ter cuidados dobrados. É muito triste ver uma pessoa íntegra ser assassinada. E o pior: com certeza ninguém vai ser punido, porque não acredito que haja muito empenho em descobrir os assassinos." - por Misty FG

"O abuso de direito deve ser combatido com o rigor da lei, seja para quem for. Por outro lado, quando o policial se torna bandido fica mais difícil combater o criminoso porque aquele que deveria defender a população ataca." - por MilitaryCast

"Foi coisa de covarde o que fizeram com ela!" - por Cool

"A juiza morta não era aquela que vendia penas, que queria vender a liberdade do goleiro do flamengo, aquele que matou a namorada, a maria chuteria, a tal de Samudio, por um milhão de rais. Elas, as juizas e juizes, pensam que estão acima da lei e pior, pensam que são blindadas. O primo do tal goleiro, o "Bola", já foi solto, por delação premiada. O gosado é que ele não informou onde escondeu o corpo da tal da piniqueira da vítima, a tal da Elida Samudio. Ora bolas, se ele não informou onde escondeu o corpo acredito que ele não merecia a tal da "delação premidada" e, também, não devolveu o dinheiro. Ora bolas, se todos os malas não devolvem o "din-din" roubado e também não são processado, isto não é justiça. É o que acontece com o ministro do PR, aquele do ministério dos transportes, ele pediu demisão, mas não devolveu os milhares de milhões de doláres que subtraiu do ministério, que foram parar em conta de laranja, como os filhos deles, a mulher dele e os cumpinchas deles, prejudicando com isto a construção de estradas e pontes pelo Brasil afora. Só o filho dele fundou uma empresa que em um ano apenas multiplicou o capital inicial em aproximadamente 100000% (um milhão por cento), ou seja, cem vezes a mais." - The Viking II - o retorno


"Os Boçais Natos sempre foram idiotas falastrões! Gostam mesmo é de uma demagogiazinha e de garimpar em águas turvas, estão sempre procurando as trevas para poderem brilhar!" - por Liberté, égalité, fraternité!

"Ahhhhnnnnnn.. Entendi... Quadrilhas de matadores compostas por policiais, e seus digníssimos familiares, esperavam contar com o respeito da juiza, assim como recebem das comunidades que ameaçam, e o digníssimo Flávio Bolsonaro, que não envergonha as origens, acredita que isso era motivo para ser assassinada?
Deveria ser chamado a depor, deve saber mais do que falou e não me admiraria se conhecesse detalhes sórdidos desse crime, já que conhece tão bem os bastidores desses assassinos.
Beijos meus" - por IIManuh

Participe AQUI: http://br.answers.yahoo.com/question/index;_ylt=AkCk9LBCN1ZweyJ7dbFqRpTJ6gt.;_ylv=3?qid=20110812133654AA2ogfz

Comentários retirados de fóruns de discussão:

"Será que o deputado não poderia auxiliar na busca dos assassinos? Eu penso que a PF deveria dar uma olhada em sua agenda, o assassino pode estar entre os seus confidentes! - por Alcione Antunes da Silva (Facebook - Terra)



"A FAMÍLIA BOLSONARO (ÊTA PEDIGREE RUIM!!!!!) NÃO É EXATAMENTE O MELHOR EXEMPLO NEM DE ONDE PARTE ALGUMA OPINIÃO QUE PRESTE.........AGORA ESTA FACETA É NOVA: O APOIO DELES A MILICIAS NÃO CHEGA A SER NOVIDADE, VIMNDO DE ONDE VEM..... NÃO SEI COMO TEM GENTE QUE AINDA VOTA NISSO.... " - por Walter
 
"É uma pena pessoas como essa juíza ser assassinada covardemente, isso me lembra a morte de varios juizes na Italia e até foram feita leis mais severas e conseguiram combater a máfia naquele país , espero que isso não fique em pune em nosso país." - por  Natalino de São Carlos
 
"Se o fato de ter desafetos e inimigos culminasse em assassinato, os Bolsoraros (pai e filho) já estariam mortos há mto tempo. Envergonham os cidadãos de bem c/ as suas apreciações absurdas. Mais odiados do que são... já teriam 'passado pra outra'. Além do mais, são uns inúteis, ao contrário da magistrada, que repudiou o crime c/ coragem. Veja só...coitadinhos dos milicianos....tão humilhados pela juíza...Espero que nas próximas eleições o povo acorde!! - por Claudia Dantas