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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A CIA POR TRÁS DA REBELIÃO NA LÍBIA. O QUE ME DIZEM DESSES TRECHOS DO ARTIGO REVELADOR DE JOHN PILGER?

O presidente Barack Obama já assegurou o seu lugar na História. É o primeiro presidente negro da América a invadir a África.


O ataque à Líbia é chefiado pelo Comando África dos EUA (US Africa Command), instituído em 2007 para assegurar os lucrativos recursos naturais do continente, roubando-os às populações empobrecidas e à influência comercial da China, em crescimento rápido.

A Líbia, juntamente com Angola e a Nigéria, é a principal fonte de petróleo da China. Enquanto os aviões americanos, britânicos e franceses vão incinerando líbios 'maus' e 'bons', assiste-se à evacuação de 30 mil trabalhadores chineses, provavelmente de forma permanente.

As afirmações de entidades ocidentais e dos meios de comunicação de que 'um coronel Kadafi criminoso e enlouquecido' está a planejar o 'genocídio' contra o seu próprio povo, continuam a carecer de provas. Isto faz recordar as afirmações fraudulentas que exigiram a 'intervenção humanitária' no Kosovo, o desmembramento final da Iugoslávia e a instalação da maior base militar americana na Europa.

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Os pormenores também são conhecidos. Segundo se diz, os 'rebeldes pró-democracia' líbios são comandados pelo coronel Khalifa Haftar que, segundo um estudo da Fundação Jamestown americana, montou o Exército Nacional Líbio em 1988 "com forte apoio da CIA".

Nos últimos 20 anos, o coronel Haftar tem vivido não muito longe de Langley, Virginia, o lar da CIA, que também lhe fornece um campo de treino.

Os mujaedines, que deram origem à al-Qaida, e o Congresso Nacional Iraquiano, que forjaram as mentiras de Bush/Blair sobre o Iraque, foram patrocinados por Langley, da mesma forma aceite por toda a gente.

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Os outros líderes 'rebeldes' incluem Mustafa Abdul Jalil, ministro da Justiça de Kadafi até fevereiro, e o general Abdel-Fatá Iunes, que chefiou o ministério do Interior de Kadafi: ambos com estrondosas reputações de repressão brutal de dissidentes.

Há uma guerra civil e tribal na Líbia, que inclui a rejeição popular contra a atuação de Kadafi em relação aos direitos humanos. Mas o que é intolerável para o ocidente não é a natureza do seu regime, é a independência da Líbia, numa região de vassalos; e esta hostilidade pouco mudou em 42 anos, desde que Kadafi derrubou o rei feudal Idris, um dos tiranos mais odiosos apoiados pelo ocidente.

Kadafi, com os seus modos beduínos, hiperbólicos e bizarros, há muito que personaliza o 'lobo feroz' ideal (Daily Mirror), exigindo agora que os heróicos pilotos americanos, franceses e britânicos bombardeiem áreas urbanas em Tripoli, incluindo uma maternidade e um centro de cardiologia. O último bombardeio americano em 1986 conseguiu matar a sua filha adotiva.

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Nada disto nos deve surpreender. A história exibe o tipo de maquinação revelado por dois diplomatas seniores nas Nações Unidas, que falaram ao Asia Times. Quando pretenderam saber porque é que as Nações Unidas nunca ordenaram uma missão de avaliação dos fatos à Líbia, em vez de um ataque, disseram-lhes que já muita coisa tinha sido feita entre a Casa Branca e a Arábia Saudita.

Uma 'coligação' dos EUA iria 'eliminar' o recalcitrante Kadafi se os sauditas abafassem o levantamento popular no Barein. Este último já foi concretizado e o sangrento rei do Barein vai ser um dos convidados às bodas reais em Londres.

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A personificação desta reação é David Cameron [NT] , cuja única verdadeira tarefa tem sido como homem de relações públicas de Michael Green, o oportunista da indústria da televisão. Cameron esteve no Golfo a vender armas aos tiranos inventados pelos britânicos quando a população se levantou contra Abdulá Salé do Iêmen; a 18 de março, o regime de Salé assassinou 52 manifestantes. Cameron não disse nada de jeito.

O Iêmen é 'um dos nossos', conforme o Foreign Office britânico gosta de dizer.

 Em fevereiro, Cameron desmascarou-se num ataque ao que ele chamou de 'estado de multi-culturalismo' – um código para muçulmanos.

Disse, "Precisamos de muito menos tolerância do que nos últimos anos!" Foi aplaudido por Marine Le Pen, líder da Frente Nacional fascista de França. "É exatamente este tipo de declarações que nos isolou da vida pública durante 30 anos", disse ela ao Financial Times. "Só posso felicitá-lo".

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Num dos seus momentos mais exploradores, o império britânico produziu Davids Camerons aos montes. Contrariamente a muitos dos 'civilizadores' vitorianos, os atuais guerreiros sedentários de Westminster – através de William Hague [NT] , Liam Fox [NT] e do traidor Nick Clegg [NT] – nunca foram atingidos pelo sofrimento e banho de sangue que, à custa das diferenças culturais, são as consequências dos seus discursos e acções.

Com o seu ar mais ou menos informal, sempre altivos, são uns covardes no estrangeiro, visto que ficam sempre em casa. As suas prendas são a guerra e o racismo e a destruição da democracia social duramente conquistada do Reino Unido.

 Lembrem-se disso quando forem para a rua às centenas de milhares, conforme é vosso dever.

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Trechos de um artigo revelador de John Pilger

Extraído do Jornal Água Verde

Detalhes Adicionais:

John Pilger
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

John Pilger

Site: JohnPilger.com - http://www.johnpilger.com/
John Pilger Biography - http://www.johnpilger.com/biography

- John Pilger - (Bondi, área metropolitana de Sydney, Austrália, 1939) é um repórter. A carreira de Pilger como repórter começou em 1958, e ao longo dos anos tornou-se famoso pelos livros e documentários que escreveu ou produziu.

Apesar das tentativas de sectores mais conservadores para ridicularizar e desvalorizar Pilger, o seu jornalismo investigativo já mereceu vários galardões na área do jornalismo, tais como a atribuição, por duas vezes, do prêmio jornalista inglês do ano, e na área dos dos Direitos Humanos.

No Reino Unido é conhecido pelos seus documentários, particularmente os que foram rodados no Camboja e em Timor-Leste. Pilger trabalhou ainda como correspondente de guerra em vários conflitos, como na Guerra do Vietnam, no Camboja, no Egito, na Índia, no Bangladesh e em Biafra.

Tem um filho, Sam (n. 1973), uma filha, Zoe (n. 1984) e atualmente reside em Londres

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