Por que agora surgiram Breiviks atirando em crianças – as nórdicas, inclusive?
De onde vem esse culto à lei da selva, à lei do suposto mais forte, do mais bárbaro e do mais sem peias morais?
O autor dos dois atentados da sexta-feira, 22, na Noruega, Anders Behring Breivik, colocou na internet uma quilométrica arenga de extrema direita – racista, genocida, em suma, nazista - poucas horas antes de explodir um carro-bomba em Oslo e depois matar, a tiros de bala dum-dum, dezenas de jovens com 15 a 16 anos na ilha de Utoeya, a 40 quilômetros da capital, quando participavam de um acampamento da Juventude do Partido Trabalhista, ao qual é filiado o primeiro-ministro Jens Stoltenberg.
Em Oslo, morreram 8 pessoas, 26 ficaram feridas, 11 destas em estado crítico. Na ilha, 68 jovens foram mortos à bala durante 90 minutos, até a polícia chegar ao local.
Entre as 1.500 páginas postadas, Breivik prega o assassinato de MUÇULMANOS e MARXISTAS.
Afirma que a elite europeia, “os multiculturalistas” e os “enaltecedores da islamização” seriam punidos por seus “atos de traição”. As vítimas escolhidas são todas de nacionalidade norueguesa e brancos.
O Partido Trabalhista, inclusive sua juventude, cujo acampamento sofreu a chacina, recentemente declararam seu apoio ao RECONHECIMENTO do Estado Palestino.
ARENGA ANTIGA
A arenga de Breivik nada traz de novo – aliás, a questão é, precisamente, que isso é muito velho, a barbárie nazista com os bordões do “Mein Kampf”, de Hitler, sobre a promiscuidade cultural e sexual entre raças, sobre supostas superioridades nórdicas e outras aberrações, que já haviam sido despejados no esgoto na II Guerra, à custa, inclusive na Noruega, de esforços inauditos - e sangue - do que há de melhor na Humanidade.
A Noruega resistiu à ocupação nazista, e, em 1945, a resistência julgou e fuzilou, sob aclamação do povo, Vidkun Quisling e os demais colaboracionistas que serviram a Hitler, por seus crimes contra os noruegueses e a Humanidade.
Como, então, isso apareceu agora – e não é a primeira vez que aparece, nem na Noruega nem em outros países. Quem levantou a tampa do esgoto?
Vejamos com que isso se parece.
O Brasil parece uma obsessão para esse assassino: faz pelo menos 12 referências ao nosso país. As mesmas razões que fizeram o escritor antinazista Stephan Zweig chamar o Brasil de “país do futuro” - a fusão entre etnias, assim como outros aspectos culturais e sociais que dão à nossa nacionalidade um perfil original – são, certamente, odiadas por ele.
Num texto, escrito em inglês, ele diz: “... a imigração massiva, a mistura racial e a adoção por não europeus são uma ameaça à unidade da nossa tribo (…) um país que tem culturas competitivas vai se dilacerar ou vai acabar como um país disfuncional, como o Brasil e outros países”.
Breivik afirma ter descoberto que uma “revolução marxista” instituiu no Brasil um “modelo de sociedade que mistura descendentes de asiáticos, europeus e africanos”, levando a “altos níveis de corrupção, falta de produtividade e conflito eterno”.
Depois de dizer que a miscigenação faz do Brasil o segundo (??) país no mundo com maior nível de desigualdade social, chama mulatos e mestiços de “sub-tribos” e que “em 1889 o Brasil se tornou uma república após um golpe de Estado” - isto é, a revolução republicana, que varreu o Estado escravagista, já então privado de sua base econômica, foi um “golpe”.
O leitor, certamente, já leu ou ouviu coisa semelhante sobre o nosso país – e não foi na época em que o ministro da Fazenda de Campos Sales, Joaquim Murtinho, fazia, em seus relatórios, odes à “superioridade da raça anglo-saxã”.
O ponto de vista de Breivik, nazista de fio a pavio, é, com diferenças de hipocrisia, até hoje o da mídia reacionária, tão golpista quanto racista, que existe aqui, assim como de certa pequena camada de ressentidos – e de entreguistas, vide o que surgiu na última campanha de Serra.
Sempre consideraram que este é um país inferior porque formado por “descendentes de botocudos, africanos e lusos degredados” que se amancebaram, junto com outros inferiores – italianos, espanhóis, japoneses e árabes,
por exemplo. Vejam só, até nordestino veio parar em São Paulo - tem um que até foi eleito presidente! É o fim do mundo. Por isso é que esse país não vai pra frente...
Que eles sempre acharam isso, é fato, apesar do Brasil ser uma construção, exatamente, dos negros, dos índios e dos brancos que trabalharam – e fundiram suas etnias - para erguer uma nação onde antes havia um grande território.
Mas por que agora surgiram Breiviks atirando em crianças – as nórdicas, inclusive? De onde vem esse culto à lei da selva, à lei do suposto mais forte, do mais bárbaro e do mais sem peias morais?
Há mais de 20 anos que esse culto é propalado em todo o mundo por essa mesma mídia, pelo establishment norte-americano e inglês a partir de Reagan e Thatcher, pelos Chicago boys que afundaram o Chile, Argentina e outros países em sangue, em suma, por essa ralé que impropriamente se autodenominou neoliberal.
O neoliberalismo sempre foi isso, confessadamente, abertamente, sem escrúpulo algum: a dominação dos mais capazes de roubar, de bajular, de trair, de matar em massa – de fome ou em golpes sanguinários -, sem nenhuma, como dizia Hitler, “consideração de ordem moral”.
O neoliberalismo é, portanto, a incubadora do nazismo atual. Aliás, em que se tornaram os neoliberais no Brasil, nos EUA, na Inglaterra, em todos os lugares, senão em nazistas que, depois de destruir o trabalho, recomendam a eliminação dos “incapazes” que nem conseguem arrumar um emprego?
Em que se distingue a ideologia dos Breiviks daquela do Tea Party norte-americano, abertamente nazista e abertamente neoliberal?
Em que se distingue de Breivik a srª Sarah Palin e seus fuzis apontados para personalidades progressistas – retirados de seu site após o atentado em que a deputada Gabrielle Giffords foi baleada na cabeça, seis pessoas morreram e 39 foram feridas em Tucson, Arizona?
Só pelo fato de não ter atirado pessoalmente.
Fonte: Jornal Hora do Povo
Comentários
Ed Lascar: Comparando-se NAZISMO ao $IONISMO, podemos ver muitas semelhanças.
Noruega: vítimas tinham celebrado ato pelo boicote a Israel.
O ministro das Relações Exteriores, Jonas Gahr Store, foi recebido na quinta-feira com demandas para que a Noruega reconheça o ESTADO PALESTINO quando visitou o acampamento de verão da juventude do Partido Trabalhista em Utøya.
Sidsel Wold, correspondente de um canal da Noruega, e Kirsten Belck-Olsen, da ONG Norwegian People’s Aid, conversaram com o ministro sobre o entrave entre a Autoridade Palestina e Israel.
“Os Palestinos devem ter seu próprio Estado, a ocupação deve terminar, o muro deve ser demolido e isso tem que acontecer já”, disse o ministro, ovacionado pelo público. Dias antes ele declarou que a Noruega está pronta para reconhecer o Estado Palestino, mas que acha que o boicote é uma ferramenta errada.
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Matança na Noruega
Mundo, Notícias, União Européia — Por DESACATO.INFO em 25 July 2011 às 10:06 am
Por Koldo Campos Sagaseta.
El autor de la matanza que ha conmocionado Noruega no se llamaba Ben, Bin, Alí, Mohamed o López sino Anders Behring Breivik.
No era negro o mestizo, de ojos oscuros, mirada torva e inquietante semblante, sino blanco de ojos azules y distinguida apariencia.
No vestía babuchas ni se ponía turbantes, sino impecables trajes europeos, incluyendo la imprescindible corbata. Tampoco calzaba sandalias sino elegantes zapatos de caros apellidos.
No comía quipes, tipiles o dátiles, sino hamburguesas y patatas fritas.
No veía Tele-Sur o Al Yazira sino la CNN
No procedía de ningún suburbio de Yemen, Pakistán o Iraq, sino de un acomodado sector de Oslo.
No fue estudiante meritorio de ninguna madraza talibana o escuela coránica, sino de una universidad privada de su país.
No había permanecido oculto en ninguna remota cueva de Tora Bora, ni en un inexpugnable refugio de Kabul, sino en una apacible granja noruega.
No había peregrinado a La Meca sino al Estadio del equipo de fútbol FK Lyn de quien era aficionado.
No era miembro de Al Qaeda, ni de la Jihad Islámica, de Hamas o del Frente Moro de Liberación, sino del derechista Partido del Progreso noruego.
No participaba de cultos satánicos, ni profesaba la religión musulmana o hinduista, sino la católica, apostólica y romana. Tampoco leía el Corán sino la Biblia.
No era antisemita sino proisraelí.
“La lucha de Israel también es nuestra lucha”, había escrito en su blog. Tampoco era un antisistema, se limitaba a odiar a los musulmanes, a los comunistas y a los emigrantes.
Era, obviamente, un “común y ejemplar noruego”, habitual de Facebook y Twitter que, en absoluto, como declarase la propia policía noruega, había despertado nunca sospechas sobre sus intenciones.
Imagem: Assassino na alameda – Edvard Munch (1919) |
Por Koldo Campos Sagaseta.
El autor de la matanza que ha conmocionado Noruega no se llamaba Ben, Bin, Alí, Mohamed o López sino Anders Behring Breivik.
No era negro o mestizo, de ojos oscuros, mirada torva e inquietante semblante, sino blanco de ojos azules y distinguida apariencia.
No vestía babuchas ni se ponía turbantes, sino impecables trajes europeos, incluyendo la imprescindible corbata. Tampoco calzaba sandalias sino elegantes zapatos de caros apellidos.
No comía quipes, tipiles o dátiles, sino hamburguesas y patatas fritas.
No veía Tele-Sur o Al Yazira sino la CNN
No procedía de ningún suburbio de Yemen, Pakistán o Iraq, sino de un acomodado sector de Oslo.
No fue estudiante meritorio de ninguna madraza talibana o escuela coránica, sino de una universidad privada de su país.
No había permanecido oculto en ninguna remota cueva de Tora Bora, ni en un inexpugnable refugio de Kabul, sino en una apacible granja noruega.
No había peregrinado a La Meca sino al Estadio del equipo de fútbol FK Lyn de quien era aficionado.
No era miembro de Al Qaeda, ni de la Jihad Islámica, de Hamas o del Frente Moro de Liberación, sino del derechista Partido del Progreso noruego.
No participaba de cultos satánicos, ni profesaba la religión musulmana o hinduista, sino la católica, apostólica y romana. Tampoco leía el Corán sino la Biblia.
No era antisemita sino proisraelí.
“La lucha de Israel también es nuestra lucha”, había escrito en su blog. Tampoco era un antisistema, se limitaba a odiar a los musulmanes, a los comunistas y a los emigrantes.
Era, obviamente, un “común y ejemplar noruego”, habitual de Facebook y Twitter que, en absoluto, como declarase la propia policía noruega, había despertado nunca sospechas sobre sus intenciones.